Cidades

Moradores de trecho do Novo Horizonte e parte do Ipê ficam 10 dias sem energia à noite; esta semana o problema voltou

Transformador é de 50 KVA para no máximo 200 residências e atende mais de 600 casas.

O apagão foi um dos momentos mais difíceis para a população amapaense, e o sistema de rodízio de seis em seis horas deixou muitas famílias sem conseguir dormir, e ainda perderam muitos eletrodomésticos. Mas seu fim chegou em novembro de 2020. Só que em 2021, neste mês de agosto, moradores de parte do bairro Novo Horizonte e uma parte do bairro Ipê enfrentam oscilações de energia e noites sem eletricidade.  

De acordo com o morador José Cabral, da Avenida Maria da Silva Xavier, onde se encontra o transformador que deu problema, responsável pelas faltas de energia, relata que, desde o início do mês de agosto, vem faltando energia. “Começou no dia 1º de agosto e se estendeu até o dia 10. Toda noite, por volta das 21h, ia embora a energia. Ligamos várias vezes para a CEA, eles vieram, trocaram algumas peças das fases, deu uma melhorada, mas quando foi terça-feira desta semana voltou a cair. Na quarta de novo, ligamos por volta das 21h30 e uma equipe da CEA chegou 23h30 aqui para consertar”, relata seu Cabral. 

O transtorno de não ter a certeza de que vão ter eletricidade à noite deixa os moradores muito estressados. Eles foram para a rodovia do Curiaú, depois dos 10 dias que ficaram sem energia à noite, tocaram fogo em pneus. Um dos moradores, que não quis se identificar, relatou que já perdeu a conta de quantas vezes ligou para a Companhia de Energia do Estado. Junto com outros moradores, relatou que vão ter que ir de novo fazer protesto se essa situação continuar. 

Segundo moradores transformador apresentou problema no dia 1º de agosto


“Não imaginei que iríamos passar por isso de novo, é cansativo, tem idosos, minha vizinha está grávida, tem vizinho que foi para casa de parentes. Eu trabalho e quando volto para casa quero descansar, tranquilidade, ter minha noite de sono, pago minhas contas com muito esforço, e isso!? Não é um dia, foram 10 dias e agora voltou a faltar, estamos indignados”, relata o morador da Rua Antônio Vidal Madureira. 

De acordo com José Cabral, a equipe que fez o conserto relatou que é preciso trocar o transformador, mas isso não foi feito. Segundo eles, o atual está sobrecarregado e, por isso, não aguenta a quantidade de consumo de energia, que aumenta no período da noite, quando a maioria dos moradores estão em suas residências. “O transformador atende os trechos da Avenida Maria da Silva Xavier, as ruas Joaquim Magalhães e Antônio Vidal Madureira, rodovia do Curiaú Mirim e parte do bairro Ipê”, relata Cabral.

O morador José Cabral relata que técnicos da CEA disseram que é preciso trocar o transformador

“Segundo as informações da CEA, é que esse transformador é 50 KVA, é para no máximo 200 residências, e aqui tem para mais de 600 casas. Eles dizem que tem transformador, mas a empresa nunca vem aqui fazer esse levantamento e trocar ou fazer o ampliamento para redistribuir essa corrente com outro transformador, eles fazem igual àquela história, estamos indo e nunca chega”, completa o morador.

O site Alyne Kaiser entrou em contato com a assessoria de comunicação da CEA, que explicou que a demanda está muito grande, devido ao tempo mais quente desse período de segundo semestre em Macapá, e afeta os equipamentos e acontece problemas de falta de energia. Alega que muitos ligam para a empresa no 116, mas não anotam o protocolo, o que dificulta saber todo o problema de cada caso. Segundo ele, cada ligação gera um novo protocolo e acaba congestionando o operacional. Não conseguiram encontrar nenhuma ligação na quinta-feira, 19, de reclamação da falta de energia daquele trecho. 

Problema afeta muitas famílias

Para seu José Cabral, é só uma desculpa, o caso da falta de energia tem um documento para ouvidoria da CEA no dia 6 de agosto e ainda outro do Ministério Público do Estado (MP-AP), que deram o prazo de 10 dias para resolver a questão do problema da eletricidade. Outra questão, além desse transtorno que os moradores alegam, é o descaso da CEA com eles, pois reclamam da demora para irem consertar, e falam que quando ligam ainda são mal atendidos e, às vezes, nem são ouvidos.  


“Teve um dia que ficamos de 1h até 7h esperando a equipe da CEA vir aqui consertar e reclamos da demora e eles alegaram que a Aneel estabelece 4 horas de tempo para fazer o atendimento. Minha pergunta: Cadê a Aneel no estado do Amapá? Só vejo ela tabelando o valor que pagamos, que, aliás, não descontam a falta de energia que ficamos. Uma vez ligamos e disseram que não tinha jeito, teve vezes que nem atenderam. Mas a conta chega todo fim de mês, para cortar eles não demoram”, ressalta Cabral.

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