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Para as Mulheres

É 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, uma data marcada por muitas histórias e superações, entretanto não vejo tantos motivos para comemorações, até porque nossas vozes e nossa importância não se resumem a um dia. E fora que estamos vivemos em meio ao caos, o país vive um momento delicado em decorrência a pandemia, e a situação só piora.

As condições de trabalho ainda continuam bem mais difíceis para nós mulheres nos dias de hoje, a violência só aumenta, e com a pandemia, os casos estão cada vez mais alarmantes, e como a mais cruel e evidente manifestação da desigualdade de gênero no Brasil, vivemos numa sociedade cada vez mais entregue à hipocrisia política e populista daqueles que estimulam tal violência, e ainda mais, nos culpam por tais consequências de covardia.

É preciso entender o que significa esse 8 de março, pois mulheres lutaram e morreram de forma trágica, reivindicando melhores condições de trabalho e igualdade de direitos, para que hoje pudéssemos ter o mínimo de dignidade e liberdade de escolha. É certo que precisamos continuar lutando para que possamos avançar na garantia de nossos direitos, mesmo que na sua maioria, os tenhamos positivados, a exemplo da Lei Maria da Penha instituída em 2006, da mudança na lei de estupro em 2009, do feminicídio incluído na legislação brasileira através da Lei nº 13.104 no ano de 2015, a lei de importunação sexual de 2018. Mesmo assim, isso não é sinal de garantia e proteção.

Precisamos lembrar que essa não é uma data romântica, e tampouco fora criada pelo comércio, como forma de avanço ao pensamento capitalista, diferente disso, tem raízes históricas mais profundas e sérias do que muitos imaginam, mas é sim uma data para demonstrarmos todo o respeito, cuidado e admiração que temos por todas as mulheres que fazem parte de nossas vidas.

Porém, uma coisa é mais que certa, é urgente mudar esse cenário de tantas desigualdades, violência,machismo e tantos outros temas que diariamente nos perseguem, pelo simples fato de sermos mulheres.

Por: Cláudia Souza
Advogada, membro da procuradoria de prerrogativas da OAB/AP, e procuradora adjunta de Instituto Municipal de Turismo/Macapatur.

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