“Acha que eu ia fazer isso com uma criança!?”, disse o acusado de atirar e matar Ana Júlia de 5 anos

Em uma entrevista exclusiva ao portal alynekaiser.com.br, na saída da Polícia Científica (Politec), onde fez o exame de corpo e delito, o principal acusado de ser o autor do disparo que ceifou a vida da pequena Ana Júlia Pantoja, de apenas 5 anos de idade, revelou que o alvo não era a criança, mas sim, um desafeto que teria, segundo ele, efetuado disparos contra a sua mãe.
“Isso aí não foi porque eu quis não ‘mano’. O meu alvo era o moleque que atirou lá na minha casa, na minha mãe. Eu fui para matar ele. Acha que eu ia fazer isso com uma criança!?”, disse Flávio Ferreira Teodósio, de 18 anos, o “Flavinho Louco”, preso no início da manhã de hoje, 16, por agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Santana, com o apoio da Divisão de Capturas.
O delegado Felipe Rodrigues, que participou da ação de prisão de Flávio, contou que o acusado foi capturado quando tentava deixar o município de Santana – distante a 17 quilômetros de Macapá. “Desde o momento que tomamos conhecimento do fato, juntamos todas as equipes e passamos a fazer as diligências. Recebemos muitas denúncias e fomos averiguar todas. A informação era de que ele conseguiu se esconder durante a noite toda, embaixo das casas de parentes, na área alagada, ali mesmo naquela região. Pela manhã, com o apoio do pai, ele saiu de lá na garupa de uma bicicleta, e seguiu para o bairro Fonte Nova, de onde fugiria para o conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá”, detalhou Rodrigues.

Durante o interrogatório, Flávio não quis falar muita coisa. Mas garantiu às autoridades que o alvo seria um rival. “A gente já identificou esse rapaz. Inclusive, colhemos o depoimento dele. Ele falou que o Flávio tentou matar ele há uns meses. Para nós, o acusado disse que vai falar apenas em juízo e que, se realmente acertou a criança, ele irá pagar por isso. Foram as palavras dele”, disse o delegado.

De acordo com informações, Flávio é investigado pela 2ª DP, por envolvimento em um latrocínio (roubo seguido de morte). Sobre a arma usada no crime, um revólver calibre 38, Felipe Rodrigues, contou que a mesma ainda não foi localizada. “Nossos agentes continuam em campo, fazendo diligências. Não só para encontrar a arma, mas também para localizar os demais suspeitos de participação nesse fato. Pois, conforme nossos levantamentos, ele teria tido o apoio de outras duas pessoas nessa situação, porque tinham ido ali matar um rival. Já identificamos e estamos nas buscas deles, que serão enquadrados como co-autores”, revelou a autoridade policial.
Flávio Ferreira foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe. Ele será submetido à audiência de custódia. A Justiça vai decidir se converte a prisão em flagrante para preventiva ou se ele aguardará em liberdade. Um laudo preliminar da médica legista da Politec confirmou que a menina foi atingida por trás. “Esse laudo nos afirma que o tiro saiu da arma disparada por ele. Porque a bala acertou atrás da cabeça e transfixou a frente, no caso a testa”, explicou o delegado Felipe.

O caso
Ana Júlia morreu após ser atingida com um disparo de arma de fogo, no fim da tarde desta quarta-feira, 15, em uma região de palafitas, da baixada do Ambrósio, na área Portuária de Santana. Um vídeo, gravado pelas câmeras de segurança de uma residência, mostra o exato momento em que a menina foi baleada na cabeça.
A criança caminha tranquilamente na passarela, comendo uma fatia de bolo, quando o atirador aparece atrás de um poste, efetua o tiro e foge em seguida. Na sequência, populares e os pais da pequena se desesperam ao ver a mesma caída ao chão. Ela chegou a ser socorrida e levada em um carro particular para o Hospital de Emergência daquele município, mas não resistiu.
Sonho interrompido
Ana Júlia completaria 6 anos no dia 13 de outubro. Como toda menina, ela era apaixona pelas princesas. Adorava açaí e tinha o sonho de ser uma policial militar e usar a farda para proteger os pais. A pequena era evangélica e participava ativamente dos eventos da igreja onde congregava.
excelente matéria.