“Acredito que justiça está sendo feita”, disse delegado acusado pela morte do filho Arthur

A Polícia Civil (PC) concluiu o inquérito que apurou a morte do pequeno Arthur Gomes Benjamim, de apenas 2 anos de idade, e isentou o pai do menino, o delegado Carlos Alberto Gomes Pereira Filho, de qualquer responsabilidade sobre o incidente.
Por telefone, nossa equipe falou com o delegado, que soube na manhã de hoje (2) da finalização do procedimento. Emocionado, ele disse que ainda é muito difícil falar sobre o assunto.
“Eu fico muito comovido com tudo que aconteceu. Até hoje não estou bem. Não sei dizer o sentimento que me domina nesse momento, mas acredito que justiça está sendo feita. Muitos me julgaram antecipadamente. Mas eu sei que fiz de tudo para salvar o meu filho. O que houve, realmente, foi uma fatalidade”, ponderou o delegado Carlos Alberto.
Durante as investigações, os médicos, os atendentes do hospital para onde a criança foi levada, o pai e a mãe de Arthur foram ouvidos. Câmeras do circuito de segurança da casa de Carlos Alberto e do Centro de Referência Doutor Papaléo Pães foram analisadas.
No relatório final, a delegada Clívia Valente, da Corregedoria da PC, disse que “não se pode afirmar que não providenciou atendimento médico ao filho de forma imediata”.

O documento faz ainda relevância a inexperiência de Carlos Alberto como pai e a dificuldade das equipes em detectarem a motivação do problema respiratório do menino.
Com a conclusão do IP, caberá agora ao Ministério Público ofertar ou não a denuncia à Justiça.
Relembrando o caso
Arthur morreu no dia 7 de janeiro deste ano. O menino morava com a mãe em Florianópolis, no sul do país, e estava passando férias com o pai, em Macapá.
No dia do fato, Carlos Alberto estava sozinho em casa com a criança. Segundo o que foi apurado, os dois haviam acabado de almoçar, quando ele deixou Arthur brincando na sala e foi desfazer as malas do menino, uma vez que tinham acabado de chegar de viagem. Alguns minutos depois, ele percebeu que o filho estava com dificuldades de respirar e buscou o socorro em uma UBS. Em seguida, o pequeno foi transferido para a Policlínica na zona norte da cidade. Porém, somente com a chegada de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que descobriu e conseguiram retirar uma tampa de garrafa pet da garganta do mesmo.
Carta
Em carta enviada em primeira mão ao Portal Alyne Kaiser, dias após a tragédia, o delegado Carlos Alberto falou sobre a morte do menino.
Ele relatou que tudo o que não queria, naquele momento de grande dor e sofrimento, era estar tendo que escrever a mensagem, e pediu para que o momento de luto fosse preservado e respeitado por todos.

Ainda informou que: “Como é de amplo conhecimento, após desconfortável disputa processual, consegui por via judicial que o meu filho ‘Arthurzinho’ ficasse um período comigo. Viajei no natal a Florianópolis para buscá-lo. Com relação ao episódio fatal, na minha casa, eu e o Arthurzinho havíamos acabado de almoçar juntos. Eu estava na cozinha e ele estava há menos de três metros de mim, brincando com os brinquedos no chão. De repente, ele ficou em silêncio, eu olhei para ele e o vi sem qualquer reação no mesmo local, no chão.
A Equipe do Portal Alyne Kaiser não conseguiu contato com a mãe de Arthur, porém nas redes sociais ela informou que o Ministério Público precisa investigar e que ela não acredita na seriedade da Polícia Civil. “Eu sei da minha verdade, só não sei como o Arthur morreu”, disse a mãe nas redes sociais.