Arrastões, som alto, bebedeira e obra inacabada, este é o atual cenário do maior ponto turístico de Macapá

A Praça Beira Rio, que abriga um dos maiores pontos turísticos do Estado do Amapá, a Fortaleza de São José de Macapá, tem sido palco de constantes ações criminosas e, consequentemente, notícias nas páginas policiais. O mais recente episódio, aconteceu na noite desta quinta-feira (23).
Segundo informações da Diretoria de Comunicação (Dicom) da Polícia Militar (PM), por volta das 20h, durante uma briga generalizada, próximo ao trapiche Eliezer Levy, bandidos aproveitaram para promover um pequeno “arrastão” e levaram telefones celulares, bolsas e outros pertences de frequentadores do lugar. Uma pessoa foi ferida a faca. Após a ação, os criminosos correram em direção ao rio, que estava seco, e fugiram para o bairro Perpétuo Socorro, na zona leste da cidade.
Militares do 6° batalhão foram acionados e fizeram diligências nas imediações, mas não conseguiram capturar os suspeitos.
O major Ademar Leite, subcomandante do 6° BPM, falou sobre a dificuldade que a polícia vem enfrentando, em relação a fazer patrulhamento da Praça, em decorrência da interdição da via de acesso, com os brinquedos infláveis. “Assim que tomamos conhecimento do ocorrido, mandamos as equipes que estavam mais próximas para o local. Infelizmente, estamos encontrando dificuldades na mobilidade com as viaturas, por causa da obstrução daquela área com os tapumes, grades e brinquedos que ficam nas vias. Esses criminosos que agem nessa região, são pontuais e possuem uma rota de fuga pelo rio. Só que com toda essa situação, a nossa ação está sendo bastante prejudicada”, expôs Leite.
Pelas redes sociais, pessoas que frequentam o lugar se manifestaram e reclamaram da falta de organização do ambiente. Elas enfatizam sobre a venda de bebida alcoólica e a poluição sonora, além da escuridão, que facilita a ação de bandidos.

“Esse lugar tá irreconhecível e triste. Era tão agradável pra sentar, bater um papo e sentir a brisa do rio. Hoje em dia não dá nem pra conversar, nem podemos tomar uma água de côco em paz, música pra tudo que é lado”, lamentou um internauta.
Nossa equipe conversou com os donos dos quiosques da Praça do Côco. Com medo se sofrerem algum tipo de represália, eles preferiram não se identificar, mas disseram que após a colocada dos tapumes em toda a extensão da Praça, o movimento caiu bastante.
“Além de muito feio, esse negócio aí só serve para os assaltantes se esconderem. Desde que colocaram isso, nós estamos sendo prejudicados. As pessoas, os turistas não querem mais vir pra cá. Porque além de não terem nada pra olhar, eles ficam com medo de serem roubados”, disse um dos vendedores.

Conforme placa afixada pela Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) no local, a obra de urbanização, paisagismo e aterro hidráulico da Beira Rio, no valor de mais de R$ 9 milhões, deveria ter iniciado no dia 8 de abril do ano passado e entregue cinco meses depois, no dia 5 de setembro. Porém, até o momento, mais de um ano, nenhum serviço começou por ali.
Em contato com a Assessoria de Comunicação da PMM, a secretária informou que a Prefeitura deve emitir uma nota oficial, mas adiantou que o projeto teve que passar por uma alteração e que, por se tratar de uma obra com recursos federais, necessita novamente da aprovação da Caixa Econômica Federal (CEF).
Já o Ministério Público Estadual (MPE) garantiu que a Promotoria de Meio Ambiente, através do promotor Afonso Pereira, está coletando dados e que, na próxima semana, estará abrindo um procedimento em relação ao funcionamento dos bares e quiosques da Praça.

Enquanto fazíamos registros fotográficos ao entorno da Fortaleza de São José, na manhã de hoje (24), encontramos uma equipe da Equatorial Energia que, segundo informações dos trabalhadores, estava recolocando a fiação elétrica ao entorno do monumento. O engenheiro responsável pelo serviço, revelou que até o dia 1° de julho a iluminação do local estará resolvida.
Não tem como ser inacabada se nem começaram. Vergonha.