Ausência das vítimas coloca em liberdade dupla que manteve família refém no bairro Renascer
Cleberson Santos Moura, de 26 anos de idade e Iranildo da Silva Lopes, de 19, o “Ratão”, os dois criminosos que mantiveram cinco pessoas como reféns, na última quinta-feira, 8, em uma casa no bairro Renascer, na Zona Norte de Macapá, foram postos em liberdade no mesmo dia.
De acordo com informações do delegado que estava como plantonista no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval no dia do fato, Ismael Lucas, a falta de elementos como: a ausência das vítimas e testemunhas na delegacia, e a oitiva do condutor da ocorrência, fizeram com que o Auto de Prisão em Flagrante (APF) não pudesse ser realizado.
“Sem elementos não há como fazer o APF. As vítimas não foram apresentadas, o único telefone do policial militar que foi deixado para que fizéssemos contato, quando ligamos para que pudesse ser ouvido, ele já não estava mais de serviço. Se encaminhássemos para juízo, nós poderíamos responder por abuso de autoridade. Por isso, nosso procedimento foi liberar os acusados e transformar o caso em Inquérito Policial, que vai ser apurado pela Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP). Irei presidir juntamente com o delegado Celso Pacheco, titular de lá. Então, não deixamos de tomar as providências. O que fizemos, foi agir dentro do rigor da lei “, ponderou Ismael.
Por telefone, a autoridade policial disse ainda que, aquela quinta-feira foi atípica na central de flagrantes. Devido a um problema interno, o Ciosp ficou sem energia elétrica das 14h até a 0h do dia seguinte. Os atendimentos e procedimentos foram transferidos para a Delegacia Especializada em Investigação de Atos Infracionais (DEIAI). Pelo menos 11 apresentações foram feitas e todas tiveram as devidas medidas adotadas.
O caso
Cleberson e Iranildo mantiveram quatro pessoas sob a mira de um revólver na manhã do dia 8, depois que foram frustrados em uma ação criminosa. No dia, eles revelaram que estavam passando e aproveitaram a oportunidade para entrar no imóvel e roubar. Eles só na contavam que um vizinho, ao perceber a movimentação estranha, acionasse a polícia.
Começou então uma longa negociação dos militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) com os bandidos, que só se entregaram duas horas e meia depois.
Com a rendição e identificação dos criminosos, foi possível constatar que ambos tinham passagens pelo Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Cleberson por tráfico de drogas e Iranildo por roubo.