
A Polícia Civil (PC) do município de Ferreira Gomes – distante a 137 quilômetros de Macapá – está atrás de informações que possam levar ao paradeiro de Adriano Douglas Souza Lobato, de 48 anos, acusado de ter estuprado a própria neta, uma criança de apenas 3 anos de idade.

De acordo com a delegada que apura o caso, Tainá Cavalcante, no decorrer das investigações, a polícia identificou e localizou outras cinco vítimas de Adriano. “Esse crime, estupro de vulnerável, aconteceu no dia 3 deste mês. Essa criança de 3 anos foi levada para a unidade mista de saúde do município e, após atendimento médico, foi detectado que ela foi vítima de estupro. Os profissionais daquele hospital acionaram a Polícia Militar, que, imediatamente, foi lá e colheu algumas informações com os familiares da menina. Em seguida, fizeram a condução do fato para a delegacia. Os militares ainda fizeram diversas diligências na ocasião, na tentativa de localizar o suspeito. Mas, infelizmente, não conseguiram prender ele em flagrante. A partir daí, iniciamos o inquérito policial. Com as apurações em cursos, nós fomos descobrindo outras vítimas desse investigado. Pelos menos mais cinco”, disse Tainá.
Ainda segundo a autoridade policial, o primeiro exame feito na neta do acusado, deu positivo para o abuso. O segundo, feito 24 horas depois na capital amapaense, não conseguiu identificar se houve ou não o estupro. Entretato, a delegada adverte que o fato do laudo ser inconclusivo, não significa que a menina não tenha sido violentada.
“O resultado, feito ainda em Ferreira Gomes, constatou lacerações na parede lateral, superior e inferior da vulva da vagina. O exame de corpo e delito feito na Politec, em Macapá, quase 24 horas depois do fato, diz que não foi possível, através de exame clínico e laboratorial, identificar sinais que permitiam afirmar que tenha ocorrido ato libidinoso ou conjunção carnal. Isso não significa que não tenha havido o crime”, explicou a delegada.

Tainá Cavalcante revelou que, das vítimas, três têm grau de parentescos com Adriano. A delegada colheu o depoimento de três delas. Duas garantiram que sofreram violência sexual quando ainda eram menores de idade e uma quando já era maior. “Elas contaram que, de fato, foram abusadas sexualmente por parte desse investigado. Hoje essas vítimas têm: uma 25, uma 27, e a outra 44 anos. A quinta foi identificada e será ouvida na semana que vem. Inicialmente, nós achávamos que era somente uma vítima. Mas acreditamos que possa haver mais”, enfatizou.
Adriano teve o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça e encontra-se na condição de foragido. Ele desapareceu logo após a filha dele questionar o que ele tinha feito com a neta. As delegacias de polícia das cidades de Mazagão, Porto Grande, Oiapoque, Laranjal do Jari e outros municípios do Amapá, foram informadas do fato e estão em alerta. Uma criança de 6 anos, que também é neta do acusado, está passando por avaliação psicológica. A delegada disse que não descarta a possibilidade dela ter sido mais uma vítima do avô.
“Nós detectamos que isso era uma prática rotineira dele. Mas, infelizmente, ninguém denunciava. Essas vítimas alegaram que sofriam ameaças. Ele dizia que se caso elas contassem, ele mataria alguém da família delas ou iria fazer algo ruim com elas”, contou a autoridade policial. Sobre o estupro da menor de 3 anos, a delegada detalhou que Adriano costumava pegar a neta para tomar banho de rio. No dia suposto estupro, como de costume, ele pegou a criança e a levou. O abuso teria acontecido lá mesmo. O fato foi descoberto quando a mãe da garota, que é filha do acusado, pegou a menina para dar banho e percebeu que ela apresentava dores nas partes íntimas. Momento em que questionou a menor e a mesma confessou o que tinha ocorrido.
“Faço aqui um apelo. Caso alguém veja esse homem ou alguma mulher ou criança tenha sido vítima dele, entre em contato com a delegacia pelo 99130-1041”, pediu a delegada Tainá Cavalcante.