Com novo reajuste, brasileiros pagarão mais caro pela energia elétrica a partir de julho

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 29, o reajuste do valor da bandeira tarifária a ser pago pelos consumidores na conta de luz a partir de julho. Agora, o custo da bandeira vermelha 2, o mais alto do sistema, aumenta de R$ 6,24 para R$ 9,49 para cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos – um reajuste de 52% sobre o valor que já vinha sendo cobrado desde junho.
De acordo com a Aneel, o país enfrenta uma “crise hídrica que se reflete no setor elétrico”, obrigando o acionamento de usinas térmicas, mais caras. No Amapá, onde já aconteceram cinco apagões em um ano e são constantes as interrupções do serviço, consumidores reclamam do reajuste.
A costureira Suely Leal acha um absurdo ter que pagar ainda mais caro na conta de luz, já que depende de energia para a atividade que desempenha. “A luz é essencial para o meu trabalho, sem luz não tenho como costurar. A gente já tem um prejuízo tremendo com as constantes quedas de energia e, mesmo assim, ainda temos que pagar mais caro por esse serviço de péssima qualidade”, diz.
A agência também decidiu os novos valores para as outras bandeiras. A amarela será de R$ 1,874 a cada 100 kWh e a vermelha patamar 1 de R$ 3,971 a cada 100 kWh. A bandeira verde, que indica boas condições de geração de energia, é gratuita desde a adoção do sistema, em 2015.
Se for mantido o nível de cobertura da bandeira vermelha, patamar 2, é provável que haja déficit de arrecadação, com perspectiva de ter de julho a dezembro, um déficit de aproximadamente de R$ 5 bilhões na conta-bandeira.
