Depois de dois anos com tambores silenciados nas rodas de marabaixo, em razão da pandemia, o Movimento Nação Marabaixeira, liderado por Carlos Piru, retoma as atividades do festival “Cantando Marabaixo nas Escolas”.
O evento que teve início em 2017, na Escola Jesus de Nazaré, em Macapá, e foi premiado em 2018 com o “Prêmio Selma do Coco” do extinto ministério da cultura, tem como objetivo, através de uma ação educomunicativa, fortalecer e preservar a identidade negra e a cultura amapaense por meio da musicalidade para os estudantes e assim garantir a perpetuação da história cultural do Amapá para as futuras gerações, além de cumprir a lei federal – 10.639/03, 11.645/08 e as Resoluções 08/2012 – CEE/RFB e 025/2016 – CEE/SEED/GEA – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e quilombola, incluindo no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática da história e cultura afro-brasileira, como também os saberes da ancestralidade nos quilombos.
Em 2022, o festival contará com a participação de nove escolas quilombolas e a estreia de um grupo de marabaixo da comunidade de Lontra da Pedreira, que estarão envolvidas na disputa do “melhor ladrão de marabaixo”, e participando da programação com atividades de oficinas voltadas ao marabaixo, palestras de como compor estas cantigas marabaixeiras, além da gravação em estúdio destas obras musicais escritas pelos próprios estudantes.
Para o professor Dinho Paciência, “O projeto traz ao chão das escolas a ligação com sua ancestralidade, com a vivências, experiências, tradições e ensinamentos das griots/griôs dos quilombos como conteúdo vivo no processo de aprendizagem”.
O Festival Cantando Marabaixo nas Escolas acontece no dia 16 de junho, data que marca o “Dia Estadual e Municipal do Marabaixo”, na Escola Quilombola Daniel de Carvalho, no Distrito de Santo Antônio da Pedreira, a 45 quilômetros de Macapá, a partir das 10h, e contará com a participação de aproximadamente 500 alunos.
Participarão do festival: Escola Quilombola Estadual Teixeira de Freitas, Escola Quilombola Estadual Pedro Alcântara, Escola Quilombola Estadual Daniel de Carvalho, Escola Quilombola Estadual Cristina Botelho, Escola Quilombola Estadual José Bonifácio, Escola Quilombola Estadual Nestor Barbosa, Escola Quilombola Estadual Prof. Joaquim Manoel, Escola Quilombola Estadual Cachoeira do Pedreira, Escola Quilombola Estadual Raimundo Pereira, Escola Estadual Nazaré da Pedreira, Escola Estadual Maria Botelho Rodrigues e Marabaixo do Lontra da Pedreira.
O projeto conta com a parceria da Fundação Estadual de Promoção da Igualdade Racial (FEPPIR/FUNDAÇÃO MARABAIXO) e Secretaria Estadual de Educação.