Polícia

Delegado, advogados e policiais penais são alvos de investigação por envolvimento com o crime organizado

Uma operação desencadeada pela força Tarefa da Segurança Pública do Amapá, na manhã desta quarta-feira (13), teve como alvo um delegado da Polícia Civil (PC), dois advogados e dois Policiais Penais (PP).

Os nomes dos investigados não foram divulgados, mas segundo informações, a ação policial está relacionada ao envolvimento dos mesmos com o crime organizado.

A operação denominada Queda da Bastilha deu cumprimento a ordens judiciais na cidade de Macapá com o intuito foi reprimir uma facção estruturada, com atuação dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), que é responsável por diversos crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.

Ao todo, 22 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e escritórios de advocacia, nos bairros Pacoval, Central, Cidade Nova, Jardim Equatorial, Novo Buritizal, Perpétuo Socorro, Trem, Cabralzinho e Fazendinha, foram executados, além de seis mandados de busca na penitenciária, sendo quatro em celas de internos e dois em salas de servidores do instituto.

Houve ainda, o cumprimento de oito mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar, e o bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras de 21 investigados.

A operação Queda da Bastilha, é originária da prisão de uma nutricionista, funcionária de empresa terceirizada que fornecia alimentação para o Iapen, e foi flagrada facilitando a entrada de drogas, armas e munições na penitenciária, em fevereiro deste ano.

Com a prisão dela, a investigação identificou indícios de diversos tipos de fraudes e crimes perpetrados no interior do presídio, dentre os quais, esquema para fornecimento de alimentação diferenciada para alguns internos, mediante remuneração; entrada de celulares e drogas; fornecimento de atestado médico falso para concessão de prisão domiciliar ilegal; e irregularidades no uso de tornozeleira eletrônica.

Nosso portal teve acesso as identidades dos presos. Entretanto, nenhum órgão envolvido na operação quis confirmar os nomes dos alvos. A Polícia Federal (PF) emitiu apenas uma nota. Já a Polícia Civil (PC) disse que vai aguardar o pronunciamento do Ministério Público (MP), enquanto que este último, através da assessoria de comunicação, informou que está aguardando a aprovação de uma nota a imprensa.

Segundo a investigação, integrantes de facção criminosa que cumpre pena no sistema prisional, chegaram a pagar R$ 2 mil para se beneficiarem do regime domiciliar ou liberdade provisória.

Foram apurados ainda, casos de obtenção ilegal de laudo psiquiátrico, envolvendo o pagamento de R$ 5 mil, para dois servidores da penitenciária. Em um deles, o interno pagou R$ 150 mil.

Ainda segundo as investigações, houve intermediação do delegado da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) para locação de veículo blindado para que, no caso do esquema da prisão domiciliar dar certo, ser usado pelo preso, além da contratação do aluguel de uma residência para uso do preso. Há também, fortes indícios da intenção de fuga do preso, ao ser liberado, com a conivência da autoridade, que não foi concretizada.

Esta mesma autoridade foi investigada pelo acordo com um líder de facção atuante no Amapá para intermediação junto a um integrante do Poder Judiciário, visando que outro preso fosse solto, em troca de vantagens. Na conversa é sugerido o pagamento do valor de R$ 30 mil pelo serviço, mesmo com o risco de não acontecer, devido a honestidade do membro do judiciário.

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