Delegado, ex-titular da entorpecentes e candidato a deputado estadual, vai permanecer preso

A justiça amapaense decidiu agora a noite que manterá preso o delegado da Polícia Civil (PC), Sidney Leite, ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE).
Leite foi preso na manhã desta quarta-feira (14), durante a Operação Queda da Bastilha, desencadeada pela Força Tarefa da Segurança Pública, que apurou um esquema criminoso que funcionava dentro e fora da penitenciária. A autoridade policial ficará reclusa no Centro de Custódia do Bairro Zerão, na zona sul de Macapá.
As investigações apontaram o envolvimento do delegado, de dois policiais penais e de uma advogada, com uma organização criminosa que atua no Estado, cujos líderes da mesma se encontram presos no Iapen.
Nos autos consta, que Sidney Leite, que está concorrendo ao pleito eleitoral como candidato a deputado estadual pelo PTB, teria oferecido um carro blindado e a própria casa, para um chefe de facção, após o mesmo ganhar a liberdade provisória mas acabou desistindo, ao perceber que ele seria facilmente localizado, por conta do monitoramento da tornozeleira eletrônica que teria que utilizar.
Mensagens de aplicativos, trocadas entre o delegado e o líder da organização, foram anexadas na denúncia do Ministério Público (MP). Nos diálogos, Sidney fala com um funcionário do sistema prisional para interceder em favor de um preso.

As investigações detectaram também, que o interno planejava fugir, com o consentimento do delegado. Assim que fosse liberado, eles teriam um outro acordo. Leite intermediaria a liberdade de um comparsa do preso, através da ajuda de integrante do Poder Judiciário em troca de vantagem indevida. A negociação renderia R$ 30 mil a Leite.

A operação denominada Queda da Bastilha teve por objeto reprimir a facção estruturada, com atuação dentro e fora da penitenciária, que é responsável por diversos crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.
Ao todo, 22 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e escritórios de advocacia, nos bairros Pacoval, Central, Cidade Nova, Jardim Equatorial, Novo Buritizal, Perpétuo Socorro, Trem, Cabralzinho e Fazendinha, foram executados, além de seis mandados de busca na penitenciária. Sendo quatro em celas de internos e dois em salas de servidores do instituto.
Houve ainda, o cumprimento de oito mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar, e o bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras de 21 investigados.