EconomiaEmprego e Renda

Desemprego em alta cria crescente procura por trabalhos em aplicativos de transporte

Motoristas de Uber e 99 relatam como a falta de oportunidades de emprego os levaram aos aplicativos.

O desemprego no país atingiu os 14,1% da população no semestre passado, quase 1% a mais que o mesmo período do ano de 2020. Este dado crescente tem feito muitos cidadãos aderirem às áreas que não interessam, mas são as únicas opções. Uma das maiores dessas alternativas, atualmente, é a dos aplicativos de motorista.

Um exemplo é Kayron Silva, de 20 anos, que trabalha em aplicativos como Uber e 99, pois não encontra nenhuma vaga de emprego em outras áreas. Ele relata o quanto é difícil sair da estatística do desemprego em nossa cidade. “Como você vai adquirir experiência se ninguém lhe dá oportunidade?”. Para não ficar sem sustento, Kayron, assim como muitos outros amapaenses, se tornou motorista. A realidade dele e de outros entrevistados, como Benedito Aires, de 28 anos, que passa pela mesma situação, expõe a atual dificuldade de se conseguir empregos de carteira assinada no Amapá e no resto do Brasil. “Falta emprego, e isso contribui para o aumento do número de motoristas de aplicativo”, diz ele.

A situação do país está tão complicada nos últimos meses que até mesmo se tornar motorista, que para muitos é um “plano B” viável enquanto não conseguem trabalho, tem enfrentado ameaças. Um problema unânime é a recente alta no preço dos combustíveis, que abate os lucros no fim do dia. “Hoje eu trabalho o dobro que eu trabalhava antes para ganhar o mesmo”, denuncia Zeider Brito, ex-empresário de 33 anos que hoje em dia trabalha na Uber.

Motoristas ainda tem que lidar com alta no preço dos combustíveis
Foto: arquivo

Há muitos na classe dos motoristas de aplicativos que encontraram estabilidade e satisfação com o ofício, mas ela ainda é lotada de trabalhadores temporários que aguardam oportunidades melhores em suas áreas, ou mesmo a oportunidade do primeiro emprego com carteira assinada, direitos garantidos e salário fixo, algo que atualmente eles não têm. “Assim que me formar vou à procura, em qualquer estado”, finaliza Benedito, com esperança de terminar a faculdade e sair do “Plano B”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo