‘É uma grande conquista para os povos de terreiros’, diz contemplada no edital Mãe Dulce para projetos de matriz africana
Um dia festivo e histórico para as comunidades dos terreiros amapaenses. Esta semana o Governo do Amapá fez o repasse de R$ 150 mil em fomentos para as 24 iniciativas contempladas no edital “Mãe Dulce”, voltado para projetos de matriz africana.
Os projetos têm como foco a regularização de casas de terreiro, realização de exposições, oficinas e festivais afro-religiosos e atividades socioculturais, além da manutenção e revitalização de espaços de terreiro, bem como a aquisição de instrumentos.
Entre os contemplados está mãe Erenice Conceição, do Terreiro de Mina Nossa Senhora de Fátima. Grata com o investimento, ela enfatizou a importância desta primeira edição do edital para a manutenção da cultura afro-religiosa amapaense.
“É uma grande conquista para os povos de terreiros. Sabemos as dificuldades que enfrentamos para manter viva nossa ancestralidade e nossas tradições. Isso os fortalece e preserva nossa cultura”, destacou Erenice.
A solenidade aconteceu no Salão Nobre do Palácio do Setentrião, com a presença da diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, do presidente do Conselho Estadual de Cultura, Cirley Picanço, do presidente do Conselho Estadual de Igualdade Racial (Coepir), Alexandre Ataíde, do representante do Fórum Afro Ameríndio, José Ewerton Pimentel.
O investimento total do edital Mãe Dulce é de R$ 150 mil. Foram contempladas 24 iniciativas, divididas em três categorias, com valores de R$ 3 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil, que visam fortalecer as comunidades de terreiro e promover a cultura afro-brasileira no estado.
“Reafirmamos o compromisso de cuidar da história e do patrimônio material e imaterial das religiões de matriz africana e de terreiros, fortalecendo e dando oportunidades para integrar as expressões religiosas na construção da identidade brasileira e do povo amapaense”, reforçou Josilana.
Homenagem à Mãe Dulce
O nome do edital é homenagem à saudosa Dulce Costa Moreira, a Mãe Dulce, uma das pioneiras da cultura afro-religiosa no Amapá. Ela tocou pela primeira vez o Tambor de Mina no Amapá em 8 de maio de 1962, data que é celebrado o Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos.
“Não é só o nome da minha mãe. Mas também a representação de toda a sua luta e legado pelas comunidades de terreiro do Amapá. Temos orgulho de toda a história dela”, disse Maria do Socorro Moreira, filha de Mãe Dulce.
Os convidados se contagiaram com a Banda Rumpilê, que embalou a voz da jovem Maju Vilhena, com canções consagradas da música amapaense, como “Jeito Tucuju”, “Mal de Amor” e “Mão de Couro”.
Na ocasião, foi assinado o Termo de Execução, conforme o edital nº 001/2024 – Seleção de Projetos de Comunidade de Terreiro “Mãe Dulce”.