Política

Em Porto Grande, Jaime defende a desburocratização de licenças ambientais para impulsionar setor madeireiro

Representantes do setor madeireiro do município de Porto Grande (a 115 quilômetros de Macapá) participaram de uma reunião com o candidato ao governo do Amapá, Jaime Nunes, no último final de semana. O grupo pediu apoio para que o governo desburocratize a emissão de licenças ambientais para as madeireiras e para projetos de manejo florestal. O encontro também contou com a participação de agricultores, lideranças políticas e religiosas e de empreendedores do município.

Na reunião, Jaime ouviu as principais demandas dos madeireiros, que se queixaram das inúmeras barreiras impostas pelo estado para desenvolver o setor. As dificuldades em conseguir licença ambiental junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente da (Sema) para garantir o funcionamento de madeireiras fez com que o setor ficasse travado no município, e que muitas empresas decidissem fechar as portas. Para Jaime, a máquina pública precisa se modernizar e ser eficiente para evitar que mais pessoas fiquem desempregadas.

“A Semas é um órgão importante, com profissionais qualificados, mas que está totalmente sobrecarregada de atribuições, e com poucos recursos. Isso atrapalha a abertura de novas empresas, e a geração de emprego e renda. Temos uma proposta de municipalizar a liberação de licenças ambientais, garantindo que as prefeituras tenham condições de realizar esse serviço. Assim a gente agiliza o processo, respeita o meio ambiente e fortalece o surgimento de novos empreendimentos”, explicou Jaime.

O candidato disse ainda que o extrativismo precisa ser respeitado como uma das potencialidades do Amapá. Ele acrescentou que é necessário modernizar a legislação ambiental do estado para garantir mais rapidez e eficiência. “Estamos falando de uma lei criada em 1994, que precisa ser reformulada. Mas não vamos inventar a roda. Vamos procurar iniciativas que deram certo em outros estados e replicar no Amapá. Estamos ouvindo o setor madeireiro há um ano, e nossas propostas saíram dessas conversas”, afirmou.

Para o empresário Jardel Guzzo, que possui uma madeireira em Porto Grande, é importante que o poder público abra um diálogo com os empresários para entender os problemas enfrentados pelo setor. Ele explicou que a empresa dele é uma das poucas que ainda ficaram abertas, e que ele não prende abandonar o estado no qual investiu por cinco anos. Mas insistiu que é necessária uma mudança de postura do Estado para que os empresários se sintam atraídos a investir no Amapá novamente.

“Nos últimos cinco anos houve um travamento grande do setor, e, nos últimos dois, esse travamento foi definitivo. Nesse período não foi liberado nenhuma licença ambiental e muita gente foi embora. Eu fiquei e estou feliz de saber que tem alguém interessado em mudar essa realidade, e que está disposto a conversar com os madeireiros para entender a realidade do setor. Nós não queremos fazer nada de errado. Só queremos trabalhar e gerar emprego e renda”, disse Guzzo.

Agricultura

Durante o encontro, Jaime também teve a oportunidade de ouvir demandas relacionada à agricultura familiar. O extensionista João Picanço, por exemplo, pediu para que o candidato, caso eleito, dê uma atenção ao Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) para garantir que os produtores possam receber assessoria técnica do estado. “O Rurap nunca recebeu a atenção devida, e sofre com infraestrutura. Mas é um órgão importante, e que pode potencializar a produção da nossa região”, alertou.

Jaime garantiu que pretende investir no Rurap para descontigenciar os recursos da pasta e garantir que os serviços cheguem a mais produtores. Ele também rechaçou os rumores que pretende acabar com o Programa de Produção Integrada de Alimentos (PPI), e disse que o programa precisa ser ampliado. “Não existe a possibilidade de acabarmos com um programa tão importante para o nosso plano de desenvolver o Amapá. Pelo contrário, queremos que ele seja ainda maior e mais completo, porque acreditamos na força da agricultura familiar”.

Por fim, o candidato também apresentou a proposta de criar duas Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa), sendo uma em Porto Grande, para facilitar a logística de escoamento do que é produzido na região. “Hoje, um produtor de Porto Grande precisa levar seu produto até uma feira em Macapá ou Santana, se quiser vender lá. E ele arca com todos os custos de logística desse processo. Queremos que o produtor se preocupe apenas em plantar, e que a a distribuição seja encargo do estado”, concluiu.

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