Justiça condena homem que jogou bebê de 1 ano no lago a pouco mais de 16 anos de prisão

Por unanimidade, o Conselho de Sentença que participou do Júri Popular de Messias Machado Barbosa, de 31 anos, decidiu que ele é culpado pelo sequestro e morte da pequena Thayla Cristina Ferreira, na época com apenas 1 ano de idade. A sessão de julgamento, que começou por volta das 9h desta quinta-feira, 19, encerrou no fim da tarde.

Foto: Celiane Freitas
A juíza Lívia Simone Oliveira de Freitas Cardoso atribuiu a Messias uma pena de 16 anos e 6 meses de prisão em regime inicialmente fechado. Para Conceição Abreu Amorim, avó da vítima, o sentimento é de alívio e Justiça. No entanto, a família da pequena Thayla achou que a pena foi branda se comparada a crueldade com que o crime foi cometido.
“Nós esperávamos mais. Esperávamos a pena máxima de 30 anos, com certeza. Mas é uma sessão de alívio, saber que ele vai continuar na cadeia”, disse Conceição. O pai da vítima, Tayo Henrique, contou que também esperava uma sentença maior. Ele falou ainda que saber que a vida de sua filha vale pouco mais de 16 anos de prisão lhe causa revolta.

Foto: Celiane Freitas
“Nem sei se posso chamar isso de pena. A vida dela [Thayla] custou somente 16 anos e 6 meses para esse sistema fraco, que é a nossa Justiça. Um assassino confesso. Isso é revoltante. Mas, eu quero dizer para minha filha, que eu, o pai dela, ainda estou aqui na terra. Estou muito revoltado. Pena que não posso falar tudo o que penso”, desabafou Tayo.
No término do Júri Popular, Messias Barbosa, que já havia respondia a outros crimes, foi levado de volta para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
Relembrando o caso
Messias Barbosa foi processado pelo crime de homicídio qualificado, com condicionantes por motivo torpe, emprego de meio cruel e sem chances de defesa à vítima. As investigações, que foram chefiadas pelo delegado Wellington Ferraz, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), concluíram que, na noite do dia 14 de setembro de 2019, Thayla foi retirada de sua casa, enquanto dormia, e jogada dentro de uma área alagada, localizada na travessa Dulce Estela Ribeiro, no bairro Universidade, na zona sul de Macapá.
A perícia constatou que a pequena, que havia completado 1 ano de vida no dia 13, morreu por afogamento. O corpo da criança foi encontrado no início da manhã do dia seguinte, por um morador que sai para o serviço. Na tarde do mesmo domingo, Messias foi preso por uma equipe da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) do Bope. Em seu depoimento, o criminoso confessou a barbárie e alegou que praticou a atrocidade porque não aceitava o fim do relacionamento de 4 meses com a então namorada, mãe da vítima, que no momento do sequestro da menina, estava trabalhando.