Liberdade provisória: acusada de matar marido não precisará mais usar tornozeleira eletrônica
A Justiça amapaense decidiu nesta terça-feira (14), que Maria Darcy Farias Moraes Gonçalves, de 42 anos, acusada de assassinar o marido, o policial penal José Éder Ferreira Gonçalves, poderá aguardar pelo julgamento fora da prisão domiciliar e sem o uso da tornozeleira eletrônica.
A decisão foi da juíza Lívia Simone Oliveira de Freitas Cardoso, da Comarca do Tribunal do Júri de Macapá, após sete meses do crime. No parecer, a magistrada alega que, com mais de 200 dias, a denunciada nunca violou o monitoramento e enfatizou o excesso de prazo, uma vez que, até o momento não foi iniciada, sequer, a primeira fase do procedimento.
Maria Darcy teve a prisão preventiva decretada e transformada, em seguida, em prisão domiciliar, depois de ser apontada como a autora da morte de José Éder, que tinha 44 anos. O homicídio aconteceu por volta das 10h do dia 12 de novembro de 2021, no interior do apartamento onde o casal morava, em um condomínio no bairro São Lázaro, na zona norte da capital amapaense.
A vítima recebeu um único e certeiro golpe na região do pescoço. A época, vizinhos relataram que ouviram uma calorosa discussão entre José Éder e Maria Darcy, que é conhecida como “Lene”. O bate boca entre os dois era costumeiro, inclusive, acontecia na frente dos filhos adolescentes, segundo relatos. No dia do fato, ela foi detida pelos moradores e entregue aos agentes da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe).
O caso chegou a dividir a opinião pública. Familiares e amigos do policial penal, garantiram que o casal não estava mais junto há um tempo. Áudios que circularam em grupos de whatsapp, revelaram que Maria Darcy e uma suposta namorada de José Éder, brigavam e se ofendiam verbalmente pelo telefone.
O delegado que presidiu o Inquérito Policial (IP) que apurou o caso, Luiz Carlos Gomes, declarou que a motivação do crime estava relacionada ao fato de que a acusada não aceitava a separação.
A arma usada para matar o policial penal, uma faca, foi encontrada dentro de uma lixeira do imóvel. Um dos filhos do casal foi testemunha ocular do assassinato. Ele confirmou em depoimento, que a vítima queria ir embora, mas foi impedida pela mãe, que trancou as portas e janelas do apartamento, e em seguida, executou José Éder. O adolescente disse também, que ao ver o pai caído ao chão, fugiu em busca de socorro. Entretanto, populares que tentaram entrar no apartamento para ajudar o mesmo que agonizava, foram ameaçados por Maria Darcy, que foi indiciada, posteriormente, por homicídio qualificado, por motivo fútil.
José Éder chegou a mandar mensagem para a mãe e uma irmã, minutos antes de ser morto. Ele chegou a informar que a acusada estava mantendo-o em cárcere privado, e que pretendia registrar uma queixa na delegacia, assim que conseguisse sair do local.
Dias antes, segundo informações, a mulher havia usado a arma do próprio policial para atirar contra o mesmo, mas a tentativa foi sem sucesso.