Macapá: polícia investiga estupro ocorrido em clínica durante consulta

A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) está apurando um caso de estupro que teria acontecido no último dia 7, durante uma consulta, em uma renomada clínica de Macapá. A vítima seria uma estudante de 37 anos de idade.
Segundo consta no Boletim de Ocorrências (BO), a mesma teria ido ao local, que fica no bairro Santa Rita – zona central da cidade -, para atendimento com o reumatologista Marcelo José Uchôa Corrêa, e durante o procedimento, teria sido abusada sexualmente pelo médico.

Ainda segundo o relato da mulher, Marcelo disse para ela que iria lhe examinar, e pediu que a estudante tirasse a roupa. Depois de ficar despida, o médico teria dito que ela era “muito gostosa” e, em seguida, tirou a roupa também. Em tom de ameaça, o acusado teria dito que tinha a ficha da mesma e passou a fazer perguntas do tipo: “você tem filhos né? Pensa neles?”. Após isso, o reumatologista teria praticado o ato. No mesmo dia, depois de sair do consultório, ela procurou a polícia para denunciar.
O advogado da suposta vítima, Bruno Lamarão, contou ao portal alynekaiser.com.br que sua cliente está bastante transtornada e que chora sempre que toca no assunto. Ele informou que está tomando as medidas cabíveis nas esferas penais e cíveis, visto que a mulher encontra-se traumatizada com o ocorrido e que os transtornos psicólogicos sofridos são irreversíveis, diante das circunstâncias apresentadas.
“Esse médico não é o médico que atende ela normalmente. Foi o primeiro contato deles. Não foi feito o flagrante porque ele é de Belém e havia viajado. Mas, vamos pedir providências quanto a possibilidade de prisão preventiva e urgência no laudo do exame de corpo de delito. Infelizmente, nesse tipo de crime, ainda é comum a sociedade imputar a culpa a vítima ou tentar pormenorizar os fatos. Vou desempenhar o meu papel, no sentido de coibir estes paradigmas e defender a vítima”, garantiu Lamarão.

Já a defesa de Marcelo, alegou que o médico é inocente e que as imagens do circuito interno da clínica, mostram quando a estudante deixa o local tranquilamente. “Analisamos as imagens e vimos que a suposta vítima de estupro sai da sala tranquila, começa a fazer orçamento de exames, passa 20 minutos na clínica. Não há nada que indique o comportamento de uma vítima de agressão sexual. O caso será apurado e estamos solidários ao médico e preocupados com a vitima. Só queremos entender o que aconteceu porque ela passa 20 minutos no local”, disse a advogada Patrícia Dias.
Nossa equipe também procurou a delegada titular da DECCM. Sandra Dantas falou que o fato já está sob investigação e que irá ouvir todas as partes, inclusive, os funcionários da clínicas. “Vamos ouvir todo mundo. A vítima, o acusado e chamarei também as outras pessoas que estavam lá naquele dia. Agora, quero deixar claro que, todo mundo reage a situações adversas, de maneira diferente. Tem vítimas que fazem escândalos, que choram, gritam, colocam a boca no trombone. Umas entram em estado de choque e ficam neutralizadas. Tem aquelas que por medo ou vergonha, ficam caladas. Então, não é porque essa vítima saiu daquele consultório, aparentemente tranquila, que não houve o estupro. Os procedimentos estão sendo adotados e eu estou aguardando os resultados dos exames”, ponderou a delegada.