Mais uma criança morre vítima da guerra entre facções em Macapá

Quatro dias após a morte precoce e cruel da pequena Ana Júlia Pantoja, um menino de 9 anos de idade foi a mais nova vítima da guerra entre as organizações criminosas que acontece no estado do Amapá. Yalisson Andrade de Moura foi atingido por um disparo de arma de fogo na região do tórax, quando brincava em via pública, nas proximidades de sua residência, localizada no cruzamento da Rua Sol Nascente com a Avenida Solimões, no bairro Marabaixo 4 – zona oeste de Macapá.
O menino chegou a ser socorrido e levado para a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Marabaixo 2, mas morreu antes mesmo de ter dado entrada no pronto atendimento. O fato aconteceu por volta das 19h deste domingo, 19. Segundo o delegado Dante Ferreira, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), populares disseram que dois indivíduos, que trocavam tiros, foram os responsáveis pela morte do menor.
“Essas duas pessoas atiravam uma na outra. O tiroteio era distante do local onde a criança brincava, há dois quarteirões mais ou menos. Foram quatro ou cincos tiros, efetuados a cerca de 100 metros, e um acabou alvejado essa vítima no peito. Realmente, foi muito azar. Tinha muita gente bem mais próxima do local do confronto, mas não foi atingida. Nos choca porque é uma criança que morreu de forma tão estúpida e cruel por causa desses bandidos que andam se atirando. Ela pagou um preço muito alto, por algo que não tinha nada a ver”, lamentou Ferreira.

Familiares de Alysson relataram aos investigadores que ouviram o barulho, mas demoraram a perceber que se tratava de tiros. Eles disseram ainda que o garoto gritou que algo havia lhe atingido e, logo em seguida, caiu ao chão, levantou e, mesmo ensaguentada, conseguiu correr até ser carregada por um tio.

Sobre a autoria do crime, a polícia ainda tem poucas informações dos criminosos. A autoridade pede para que a população ajude na identificação dos mesmos. “Infelizmente, nesses casos de conflito entre facções, as pessoas preferem não falar. Principalmente, nesses bairros de periferia, onde as pessoas moram próximos e têm medo dessas indivíduos envolvidos com organizações criminosas. Mas já recebemos algumas denúncias anônimas. Não podemos noticiar para não atrapalhar o andamento das investigações”, detalhou o delegado.
As denúncias podem ser feitas para o 99170-4302.