Menor acusado de envolvimento em latrocínio na Avenida FAB, deve se apresentar ainda hoje à polícia

Um adolescente de 16 anos de idade, acusado de ter participado do latrocínio (roubo com consequência de morte) que vitimou Elizeu Neres Martins, de 20, na madrugada da última segunda-feira (26), deve se apresentar ainda hoje (28), na Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP).

O menor, segundo informações, era o motorista do carro Corsa Classic, de cor preta, que deu apoio na ação criminosa que resultou na morte de Elizeu.

O veículo foi encontrado abandonado logo após o fato, em via pública, na Avenida Quintino Justo, no bairro Perpétuo Socorro, na zona leste de Macapá. Vários documentos, possivelmente das vítimas do roubo, foram deixados no banco do passageiro.

Elizeu, que era professor de dança, foi assassinado com dois tiros, por volta de 1h15, ao reagir e tentar impedir o assalto. Ele estava com um grupo de amigos na Praça da Bandeira, localizada na Avenida FAB – região central da capital -, quando dois bandidos se aproximaram e promoveram um arrastão. Os disparados acertaram o tórax e o rosto da vítima, que morreu na hora. Depois da ação criminosa, a dupla fugiu com o apoio do adolescente.

A Polícia Militar (PM) fez diversas incursões na tentativa de localizar e prender os bandidos. Porém, não obteve êxito.

Um suspeito chegou a ser conduzido para a especializada. Contudo, o envolvimento dele foi descartado.

“No dia do fato, logo que amanheceu, nós ouvimos cinco vítimas desse roubo. Tínhamos a identificação desse possível autor, fomos atrás dele para que pudesse esclarecer a situação, mas ficou comprovado que ele não teve nenhuma participação. Existem álibis que o favorecem e descartam o envolvimento do mesmo no fato. Como, por exemplo, câmeras do circuito de segurança de casas vizinhas a dele, que demostram que no horário próximo ao que o crime ocorreu, ele estava em casa. Outro fator, foi o exame residuográfico ao qual ele foi submetido, cujo resultado foi negativo. Ou seja, a perícia indica que ele não disparou arma de fogo. Tivemos também o reconhecimento visual das vítimas/testemunhas, onde nenhuma o reconheceu. Disseram até que tinha certa semelhança, porém não deveram certeza. Por isso, ele foi liberado”, ressaltou o delegado Leonardo Alves, titular da DECCP.

As investigações seguem sendo feitas. Câmeras do circuito de segurança dos órgãos públicos às proximidades do local do crime e o resultado do exame papiloscópico realizo no carro, devem auxiliar a polícia na identificação dos acusados.

Nos últimos meses, a polícia registrou vários crimes de latrocínio em Macapa. Na maioria deles, as vítimas perderam a vida ao reagir ao roubo. Os casos que mais tiveram repercussão, foi do jovem Nicollas Matheus, morto na frente da noiva, no centro da cidade; o do recepcionista do HCAL, Joel Barros Idalino, no bairro Laguinho, ambos ocorridos no mês de maio; o do estudante Antônio Carlos Arcanjo dos Santos, assassinado em junho, na frente da escola Nancy Nina da Costa, no bairro Zerão, na zona sul da capital; e o do operador de máquinas Luan Amaral Dias, que aconteceu no início de setembro no Jardim Marco Zero.

A orientação da polícia é para que nenhuma vítima reaja ao crime.

“Infelizmente, tem muita arma de fogo na rua, nas mãos de bandidos que estão praticando assaltos. Por isso, a recomendação é para nunca reagir. Entendemos que o momento é de pânico, mas pedimos para as vítimas tentarem manter a calma, não fazer momento brusco, não tentar fugir, não entrar em luta corporal, porque a maioria desses criminosos estão com armas reais e nunca estão sozinho. Estão sempre acompanhados de um ou mais comparsas”, finalizou o delegado.