Pai de menino de 6 anos reafirma que filho foi vítima de abuso por parte do vereador Zeca Abdon

O assunto polêmico que tomou conta das redes sociais e dos noticiários locais nas últimas 24 horas é o suposto abuso sexual sofrido por um menino de 6 anos de idade. O pai da criança acusa o vereador de Macapá, Zeca Abdon (PP), de ter praticado a violência. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca).

Com exclusividade, a equipe do portal Alynekaiser.com.br conversou na tarde desta segunda-feira, 2, com Edilson, pai do menor. Para nossa reportagem, o mesmo reafirmou as acusações contra o político e garantiu que nunca houve extorsão, como disse a assessoria de Zeca Abdon, por meio de uma nota.

“Meu filho tinha o costume de ir para a casa dele [Abdon] desde o período da campanha, quando ele pediu nossa autorização para fazer fotos e vídeo com o menino. No dia do fato, quando cheguei em casa, mandei chamar e ele não quis vir. Então, eu mesmo fui buscar. Chegando lá, o caseiro me disse que meu filho estava todo estranho. E ele não é assim. É um menino alegre. Peguei ele pelo braço e estava tremendo todo e assustando”, contou.

“Quando chegamos em casa, eu contei para minha esposa e ela perguntou para ele o que estava acontecendo. Mas ele estava com medo. Mesmo assim, acabou contando. Eles estão me acusando de ter pedido uma moto para não falar. Mas como? Se eu nem sei dirigir, nem tenho carteira. Eu uso marcapasso, tenho problemas no coração, nem posso tirar uma CNH”, completou Edilson.

De acordo com relatos do menino, o vereador o trancou no quarto e obrigou o mesmo a tirar a roupa. Em seguida, ele também se despiu e passou a apalpar suas partes íntimas. A criança falou que Zeca Abdon passou óleo no dedo e tentou introduzir o mesmo em seu ânus. Ainda segundo o garoto, o vereador só parou com a chegada de seu filho.

“Ele tirou a minha roupa e passou óleo no dedo dele. Ele tirou a roupa dele. Depois o filho dele chegou. Ele me bateu”, contou a criança em poucas palavras à nossa equipe, como mostra o vídeo.

O portal Alynekaiser.com.br procurou a Assessoria Jurídica do vereador Zeca Abdon. Por telefone, o advogado J. Netto disse que assim que tomou conhecimento da acusação, na semana passada, procurou registrar um Boletim de Ocorrências (BO) e acionar testemunhas para confirmar que estava havendo chantagem por parte da família da suposta vítima.

“Eu procurei averiguar, denunciar, já pensando que ele [pai da criança] poderia fazer alguma coisa. Só que, para nossa surpresa, quando ele ameaçou o seu Zeca Abdon, a gente pensou que seria em relação à filha, que tem 18 anos. Nunca imaginávamos que seria em relação a criança de 6 anos. Visto que esse menino foi mascote da campanha dele. Ele andava com seu Zeca desde o início até o fim da campanha, e até hoje”, relatou.

“Ele tem livre acesso a casa, moram perto um do outro. No dia em que eles alegam que houve o fato, nós temos gravações da casa que mostram que o vereador, realmente, estava lá, mas estava limpando a piscina. Depois entra, se veste e logo sai para trabalhar, retornando somente à noite. Em nenhum momento os dois ficam juntos. Por isso, estamos muito tranquilos em relação às provas que temos. O pai dessa criança é ex-presidiário, cumpriu pena por homicídio e, o tempo que ficou preso, o seu Zeca era quem ajudava a família dele”, descreve.

“Desde que saiu da cadeia, ele vive extorquindo o vereador. Primeiro pediu uma moto, depois pediu que pagasse a habilitação e, por último, pediu que pagasse R$ 300,00 para ele. Sempre no sentido de ameaça. Quem conhece o seu Zeca Diabo, uma lenda aqui em Macapá, sabe que ele gosta de mulher, e não de criança”, ponderou o advogado.

O delegado Ronaldo Entringe, titular da Dercca, falou que instaurou o Inquérito Policial (IP) e que ainda irá ouvir Zeca Abdon. “Estamos apurando esse caso. Não houve mandado de busca na casa do vereador, nem o indiciamento dele como falaram, mas sim a entrega de uma intimação. Ele ainda será ouvido e logo iremos concluir esse IP”, disse Entringe.