PC busca por assassinos de motorista de aplicativo que ajudou suposta vítima de violência sexual

A Polícia Civil (PC) ainda não tem pistas dos autores do crime que vitimou o motorista de aplicativo Hiago Gabriel Ramos, de 29 anos de idade. Até o momento, os investigadores da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) só sabem que dois homens foram os responsáveis pelos tiros que ceifaram a vida de Hiago, na madruga desta segunda-feira, 13, em frente a um bar, localizado no cruzamento da Avenida Coqueiro com a Rua Tangerina, no bairro Brasil Novo – zona norte de Macapá.

Conforme o que foi apurado pelos agentes, o motorista havia acabado de fazer uma corrida. A passageira seria uma mulher que alegou ter sido vítima de um estupro. “Esse rapaz estava nesse estabelecimento, acompanhado de outras pessoas, quando um carro de cor prata, com quatro ocupantes se aproximou e dois indivíduos saltaram dele atirando na direção da vítima. Não falaram nada, não houve discussão nenhuma. Só chegaram e executaram”, contou o delegado César Ávila, da Decipe.
“Populares relataram que, pouco antes, ele [Hiago] tinha ajudado uma moça que chegou no local dizendo que tinha sido violentada sexualmente. Ele a colocou no carro e a levou, não sei se para casa dela ou algum outro lugar. E quando retornou, por volta das 2h30, sentou e não demorou muito, foi surpreendido. Não sabemos se ela era conhecida de alguém, mas ele se comoveu com a narrativa dela e decidiu ajudar”, completou o delegado.

Após os disparos, os criminosos fugiram sem deixar rastros. Hiago, que não tinha passagem pela polícia, morreu na hora. Uma mulher, que não foi identificada, acabou sendo atingida com um disparo, mas não foi encontrada pelos socorristas. Quando os peritos da Politec chegaram ao local detectaram que a vítima foi alvejada com quatro disparos. Sendo três nas costas e um no braço. Seis estojos de pistola calibre 380 foram encontrados nas proximidades do corpo.

A autoridade policial adiantou que não há nenhum motivo aparente para o crime. Mas garantiu que nenhuma linha será descartada. “Vamos levantar tudo. Saber qual era a relação da vítima com o povo daquela região, pois parece que tinha alguns conhecidos ali, mesmo morando na zona sul. Se ele tinha algum problema com alguém. Sempre há várias hipóteses. Ele poderia estar ‘mexendo’ com a mulher de alguém, poderia estar fazendo o transporte de alguma coisa. Enfim, temos uma guerra acontecendo entre as facções e sabemos que a determinação é: identificou, matar. Mas, tudo ainda é muito prematuro para afirma”, disse Ávila.
O veículo que Hiago usava para rodar como motorista de aplicativo estava estacionado em frente ao bar e foi recolhido para o pátio da Decipe. As chaves do carro estavam no bolso da bermuda dele. Já a carteira porta cédulas não foi encontrada. Até o fechamento desta matéria, a polícia não havia localizado nenhum familiar da vítima. O delegado pede para que os parentes procurem a especializada, que fica no Habitacional Macapaba, a partir desta terça-feira, 14.