Polícia

Policial penal chegou a receber R$ 20 mil para entrar com drogas no Iapen, diz Polícia Civil

Anderson Luiz Dias foi preso na manhã desta terça-feira, 3, durante a Operação Calabar, deflagrada pela Polícia Civil (PC), por meio da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). De acordo com as investigações, que foram capitaneadas pelo delegado Estéfano Santos, quatro mandados judiciais, sendo dois de busca e apreensão e outros dois de prisão temporária, foram cumpridos.

Delegado Estefano Santos
Foto: Celiane Freitas

Ainda segundo a autoridade policial, os levantamentos apontaram que Anderson Luiz, que é policial penal, integrava uma organização criminosa e seria um dos principais responsáveis pela entrada de produtos entorpecentes e telefones celulares para dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Além dele, as investigações conseguiram identificar o interno do presídio que fazia a arrecadação do material ilícito levado por Anderson Luiz, que foi preso no setor de monitoramento do Iapen, localizado no bairro Santa Rita, quando estava largando o plantão.

Anderson foi preso quando estava largando o plantão

Uma fonte de dentro do Iapen, contou que Anderson responde pelo homicídio do próprio primo. Há época, ele passou 30 dias preso, mas foi posto em liberdade e voltou ao trabalho.

O detento também recebeu um novo mandado de prisão dentro da penitenciária e os agentes da Polícia Civil (PC) realizaram uma revista minuciosa em celas e na residência dos suspeitos para a arrecadação de provas que possam ajudar a desvendar toda a trama delituosa. “Nós apreendemos os celulares, tanto encontrado na cela do detento quanto do policial. Acreditamos que esses telefones eram usados para que eles pudessem se comunicar. Mas só teremos certeza após a perícia que será realizada nos mesmos”, disse o delegado Anderson Ramos, titular da Delegacia de Polícia do Município de Mazagão, que deu apoio à ação, juntamente com a Corregedoria do Iapen.

Delegado Anderson Ramos
Foto: Celiane Freitas

Estefano revelou que as investigações tendem a continuar e disse ainda que a polícia não descarta o envolvimento de outros agentes da segurança pública com as facções instaladas dentro da cadeia. “Essas investigações iniciaram a cerca de um mês, quando drogas foram apreendidas em um ponto que não era comum, um banheiro logo na portaria, que sempre tem uma vigilância ostensiva”, disse.

“Passamos a analisar as imagens das câmeras de videomonitoramento e conseguimos ver o policial penal entrando e deixando os entorpecentes. Fizemos algumas oitivas e confirmamos, de fato, que era ele o responsável por abastecer as facções lá dentro. Então, sabemos que é um negócio lucrativo. Este indivíduo, só nessa situação específica que nós pegamos, ele havia recebido 15 mil reais. Mas temos a informação de que já arrecadou até 20 mil reais”, detalhou o delegado.

A operação, denominada Calabar, é em alusão a um dos maiores traidores da história: Domingos Fernandes Calabar.

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