Roubos as residências: “O cachorro ainda é o item de segurança que mais restringe a ação dos bandidos”, diz a polícia

Uma das ações criminosas que tem crescido em Macapá, e vem preocupando as famílias amapaenses, são os roubos as residências. Geralmente, os lares são invadidos pela madruga e as vítimas surpreendidas na calada da noite.
A Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), responsável por apurar esse tipo de delito, registra diariamente, em média, duas ocorrências referentes a estes casos. O delegado Leonardo Alves, titular da DECCP, disse que a polícia vem trabalhando para reduzir ainda mais esses números.
“Por incrível que pareça, as estáticas desse tipo de crime, que são as invasões à residências, não são tão elevadas, e esses números tendem a reduzir porque estamos pedindo as prisões de vários criminosos que praticam esses roubos. Aos poucos, nós da Civil e a PM, vamos cumprindo essas prisões nas ruas . A nossa expectativa é que esse índice diminua gradativamente, porque os assaltantes são sempre os mesmos. Embora tenhamos um número elevado deles, mas são sempre os mesmos bandidos. Diferente do furto, que tem um número muito maior de praticantes”, disse Alves.

Entre as várias dicas de segurança citadas pela autoridade policial, está o cachorro. Leonardo Alves disse que o animal ainda é o número um em inibir a ação dos meliantes.
“A pessoa deve lembrar sempre de trancar as portas e janelas de suas residências e, dentro do que for possível, dentro da realidade de cada um, ter o máximo de itens de segurança para proteger a sua casa, a sua vida, sua família e seu patrimônio. Óbvio, dentro da condição de cada um, ter um sistema de alarme, de cerca elétrica, monitoramento de câmeras, ouriço em cima do muro, tudo isso ajuda a dificultar a ação do bandido. Agora, o número um que restringe a ação dos meliantes, é o cachorro. O animal é o item que mais afugenta o ladrão. Primeiro porque corre o risco dele atacar o assaltante, segundo que ele mesmo faz o alerta. O cão é muito perspicaz, então ele percebe a presença de alguma ameaça, de alguém rondando a residência e ele automaticamente ladra, faz barulho e avisa os moradores, a vizinhança e, a partir disso, dificulta o trabalho do assaltante”, enfatizou o delegado.

A polícia garante que aos poucos está mapeando as quadrilhas especializadas em roubos a residências e identificando os integrantes de cada uma delas. Segundo os levantamentos dos investigadores da DECCP, cada bando tem seu “modos operantes”. O que há em comum entre elas, é o fato que todas utilizam o emprego de arma de fogo e violência. Por isso, a autoridade policial alerta para que a população não reaja, deixa que a polícia aos poucos faça o seu trabalho.
Outro ponto levantado pelo delegado, é a exibição de bens e valores. Ele explica a importância de não passar informações sobre os ganhos da família.

“Quando há uma invasão a residência, esse tipo de assalto é algo planejado, já tem um estudo do imóvel, da rotina dos moradores, da dinâmica dentro daquela casa, quantas pessoas tem. Normalmente, esse tipo de crime envolve alguma informação, algum tipo de ciência por parte dos ladrões, eles sabem quando tem dinheiro naquele lugar. A principal dica é evitar passar informações. O informante, pode ser alguém que convive muito próximo a família, que convive com a intimidade. As vezes um amigo, um parente, um funcionário da casa, da empresa . O correto é evitar o máximo passar informações a respeito de valores, dinheiro, patrimônios, porque as pessoas pensam que não, mas o mundo do crime investiga, ele tá sempre ligado para tentar tirar vantagem de toda e qualquer situação”, advertiu a autoridade.
Conforme os dados policiais, os modos como as quadrilhas agem são sempre os mesmos. Os criminosos costumam invadir as casas a noite/madrugada, estão em número de quatro ou cinco bandidos e quase sempre chegam aos seus endereços alvos de carro. Quando não estão em meio de transportes, eles fogem levando o automóvel das vítimas, onde carregam os produtos dos roubos, que quase sempre são os eletrônicos. Contudo, Alves esclareceu que esse tipo de objeto não é o verdadeiro alvo do bandidos que assaltam residências.
“Os eletrônicos são apenas um plus. O objetivo do bando nunca é o celular ou o notebook. O que esses criminosos buscam são jóias em ouro, que tem uma liquidez rápida, dinheiro em espécie e arma de fogo”, poderou ele.

As investigações apontam a ligação entre as quadrilhas especializadas em roubos a residências. O pano de fundo seria o crime organizado, segundo a polícia.
“Em cada local que tem um crime desse, a facção tem conhecimento. Ela sabe o que está acontecendo, quem são os indivíduos que estão cometendo. Tudo isso passa pela gestão, pelo alto escalão da organização criminosa, até para que eles municiem, deem armas. Eles ajudam para que, o que eles chamam de progresso, ocorra, para que o assalto venha subsidiar não só a facção, mas também o tráfico de drogas. Essas três coisas estão sempre ligadas: o roubo, principalmente esse tipo de roubo a residência, o tráfico de drogas e a organização criminosa que permeia todo o resto”, detalhou o delegado Leonardo Alves.
As empresa privadas também não passam despercebidas aos olhos da bandidagem. Na madrugada de desta segunda-feira (12), cinco assaltantes, fortemente armados e encapuzados, entraram em um estabelecimento, localizado na zona oeste de Macapá, renderam o vigilante e fugiram levando o carro da firma e dois cofres. Um deles contendo a quantia de r$ 35 mil. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Roubos.