Setap anuncia greve no transporte público a partir desta quarta-feira, 22
Sindicato alega que falta de calendário tarifário impossibilita investimentos e pagamento de salários em dia.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) emitiu nesta terça-feira, 21, um indicativo de greve no transporte público em Macapá a partir de amanhã (22). Segundo o Setap há vários anos existe uma tentativa de estabelecer com o poder público estadual e municipal um calendário tarifário. Sem isso o sindicato alega que as empresas de ônibus não podem garantir reajustes salariais para trabalhadores, manter pagamentos em dia e suportar os reajustes de óleo diesel, principal insumo do transporte público.
Em comunicado o Setap disse que “a partir desta quarta-feira, 22, trabalhadores rodoviários anunciaram a disposição em paralisar suas atividades, mantendo a frota mínima de 30%, pelo menos até o final do mês de junho. Se nenhuma medida for tomada pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Macapá, a tendência é que o sistema entre em colapso e paralise totalmente, como ocorreu desde o início do ano em mais de cem cidades”.
O comunicado também diz que o “transporte público, mesmo estando desde 2015 no rol dos direitos constitucionais fundamentais, foi o único setor que não recebeu nenhum subsídio dos governos durante a pandemia”, o que teria agravado ainda mais a situação das empresas de transporte coletivo no estado.
Desde a semana passada os trabalhadores de duas empresas, a Capital Morena e Amazontur, já estão em greve, reivindicando salários atrasados. O presidente do Sincottrap (Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do estado do Amapá), Cristiano Souza, garante que a greve é por tempo indeterminado e que as atividades só serão retomadas quando suas demandas forem atendidas.
Eles buscam melhorias salariais, exigem o cumprimento de acordo coletivo feito entre os trabalhadores e as empresas, para que as folhas salariais sejam postas em dia e o recolhimento dos depósitos do INSS e FGTS. Em abril, funcionários das duas empresas já haviam paralisado suas atividades cobrando o fim de salários parcelados e pagamento do FGTS.