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Unifap indefere grande parte de matrículas e estudantes se revoltam

Nesta semana, a universidade Federal do Amapá (Unifap) divulgou resultados finais de matrículas, e os estudantes inscritos na modalidade PPI (Pretos, Pardos e indígenas), em sua grande maioria, tiveram matrículas negadas. Até a manhã desta sexta-feira, 17, entretanto, nenhum e-mail de justificativa havia sido enviado. 

No começo do dia, estudantes começaram a receber em seus e-mails as justificativas dos indeferimentos, e um padrão comum entre as respostas enviadas é que o candidato não apresentava “traços de negritude”, como “cabelo crespo, nariz largo ou lábios grossos” — segundo o e-mail de reposta a candidatos não-admitidos.

A análise de traços foi realizada à distância, com envio de arquivos de documentos e vídeos, por uma comissão de heteroidentificação independente da Unifap (fato que, inclusive, causou atrasos nos resultados por membros da comissão adoecerem). Segundo os candidatos, a avaliação foi injusta por não cumprir com autodeclarações dos inscritos e desclassificar pessoas visivelmente pardas e negras. A situação tem transtornado muitos candidatos.

Alunos receberam e-mail com a justificativa dos indeferimentos

“Totalmente injusto. Qual o parâmetro para essa análise? Eles têm um tamanho exato para o formato do nariz para ter como traço de negritude? Os centímetros  da boca para ser considerado pardo?”, alega um candidato que não quis se identificar. “Parece que não me acharam parda o suficiente”, afirma Jhuly Gabriela, que desistiu de sua inscrição após os exaustivos atrasos e a não admissão.

Entre as reclamações também está a comunicação da universidade com os alunos, que foi acometida de atrasos nas respostas a resultados e dúvidas dos candidatos e pouca interação direta. “Tem deixado a desejar quanto à forma que posta seus comunicados, além de ter demorado uma semana [para dar retorno], fora o prazo estipulado no último comunicado, que era para o dia 10/09”, diz o aluno que não deseja ser revelado para evitar complicações na própria matrícula. 

“A comunicação estava sendo feita exclusivamente pelos portais da universidade, nas redes sociais, para que não ocorresse nenhum tipo de interferência sobre a comissão”, relata o pró-reitor de Ensino e Graduação, Almiro Alves de Abreu. Agora, os alunos indeferidos que ainda quiserem se matricular devem utilizar um recurso informado pela própria universidade solicitando a avaliação presencial, desconsiderando a anterior, para que nesta comprovem suas adequações às cotas.

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2 Comentários

  1. A unifap fez tudo errado desde o início começou com a distribuição injusta de cota para alunos de escola pública, zerando as cotas para alunos não PPIs fazendo com que esses, para não ficarem de fora do processo, tivessem que concorrer como PPIs, uma decisão estranha UNIFAP, fazer uma mudança radical, com justificativa em dados de IBGE que não é realizado há mais de 11 anos, e por não ter havido publicidade dessa decisão, além de não ter colocado em votação no conselho e nem em comissão de processo seletivo, o que gera suspeita de fraude para beneficiar alguém ou alguns, certamente a necessidade de se formar um processo investigatório, ministério público estadual e federal, polícia federal pois trata-se de órgão federal instalado no estado do Amapá sendo assim o interesse de todos. Bem como os prejudicados devem formar uma comissão procurar um escritório de advocacia para brigar por seus direitos.

  2. A unifap fez tudo errado desde o início começou com a distribuição injusta de cota para alunos de escola pública, zerando as cotas para alunos não PPIs fazendo com que esses, para não ficarem de fora do processo, tivessem que concorrer como PPIs, uma decisão estranha da UNIFAP, fazer uma mudança radical, com justificativa em dados de IBGE que não é realizado há mais de 11 anos, e por não ter havido publicidade dessa decisão, além de não ter colocado em votação no conselho e nem em comissão de processo seletivo, o que gera suspeita de fraude para beneficiar alguém ou alguns, certamente a necessidade de se formar um processo investigatório, ministério público estadual e federal, polícia federal pois trata-se de órgão federal instalado no estado do Amapá sendo assim o interesse de todos. Bem como os prejudicados devem formar uma comissão procurar um escritório de advocacia para brigar por seus direitos.

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