Polícia

Vitória do Jari: PC diz que mulher teve chance de fugir dos assassinos, mas optou por salvar a vida do filho

A Polícia Civil (PC), da cidade de Vitória do Jari, concluiu o inquérito que apurou o assassinato de Sabrina Alves de Souza, de 23 anos de idade, morta a facadas no dia 30 do mês passado.

Ao todo, sete pessoas foram arroladas nos autos por terem envolvimento direto e indireto no crime. Entre elas, uma amiga da vítima.

Conforme as investigações, a motivação para a execução foram dívidas que Sabrina tinha com traficantes. Ela vinha sofrendo ameaças de morte pelas redes sociais.

Ao todo, sete pessoas foram arroladas nos autos por terem envolvimento direto e indireto no crime

“Através do celular da vítima, foi possível perceber, conforme já era de nosso conhecimento, o envolvimento dela com o tráfico de drogas e facção criminosa. Pudemos analizar o Facebook e outras aplicativos, onde detectamos essas ameaças. No início falava-se muito que se tratava de um crime de feminicídio, porque ela postou no mesmo dia que foi executada um teste de gravidez, cujo resultado foi positivo para oito semanas. Mas essa linha foi descartada de imediato. Inclusive, houve um trabalho da organização criminosa contra a inteligência, para tentar ludibriar e prejudicar a investigação”, revelou Erivelton Clemente, delegado titular da Delegacia de Polícia de Vitória do Jari.

As investigações apontaram que uma amiga de Sabrina, que também tinha ligação com o tráfico de entorpecentes e integrava a mesma facção, foi quem levou os executores até o endereço da mesma.

Erivelton Clemente, delegado titular da Delegacia de Polícia de Vitória do Jari

“Foi essa colega quem recebeu os dois homens que vieram de Laranjal do Jari, um dia antes do fato, em uma embarcação do tipo rabeta, deu guarita a eles e depois os levou até a casa da vítima. Eles não conheciam Sabrina pessoalmente e nem sabiam onde ela morava. Portanto, essa moça foi fundamental, na prática desse crime bárbaro. Conforme testemunhos, ela apontou a residência para os criminosos e depois voltou para sua casa”, detalhou Clemente.

O delegado concluiu ainda, que a vítima teve chances de fugir e escapar de seus algozes. Mas, o instinto materno prevaleceu e ela optou por salvar a vida do filho de 7 anos, que foi testemunha ocular da execução.

“Quando esses dois criminosos chegaram na casa de vitima, eles chamaram por ela, mas ela não respondeu. Então eles meteram o pé na porta e a atacaram. Ela poderia ter fugido, uma vez que a janela do quarto estava aberta. Só que o filho dela estava na cama, ao lado dela, ele presenciou tudo. Certamente, ela não quis deixar a criança sozinha. Até porque sabemos que a maioria desses bandidos, quando vai executar esses crimes, eles estão sob efeito de drogas. Então, se ela tivesse pulado, certamente esse garoto teria sido o alvo dos assassinos”, ponderou o titular da DP daquele município.

Criminosos chegaram na casa de Sabrina em uma embarcação

Os presos foram identificados como Jeane Lobato Corrêa, amiga de Sabrina; Adriano Duarte Pantoja, que era quem ameaçava a vítima por mensagens; Elianei Leão dos Santos, conhecido como “Rato”, responsável por comprar o combustível para colocar na embarcação usada pelos executores para fugir e Jheymisson Santos Souza, o “Jhonatan”. Este último foi quem, juntamente com o comparsa que conseguiu escapar do cerco policial, desferiu as mais de 20 facadas na mulher grávida. Ele estava foragido da penitenciária, onde cumpria pena por roubo. De acordo com a polícia, o mesmo saiu para votar em 2020 e não retornou para o presídio.

Outro envolvido na execução de Sabrina, é um detento que está recluso no Iapen e que não teve o nome revelado. Conforme as Investigação, o apenado seria o mandante do crime.

Além dos mandados de prisão, a PC cumpriu ainda, mandados de busca e apreensão e conseguiu localizar as duas facas, do tipo peixeira, usadas para matar Sabrina, e o barco rabeta, que a dupla usou para chegar e sair da cidade.

Em busca e apreensão PC conseguiu localizar as duas facas usadas para matar Sabrina

Agora, a polícia faz diligências para encontrar o segundo indivíduo que desferiu os golpes na vítima e um adolescente que pilotou a embarcação.

Os presos foram indiciados por homicídio qualificado, por motivo torpe e meios que impossibilitaram as chances de defesa à vítima, além do crime de aborto.

Relembre o caso

Sabrina Alves foi atacada, por volta das 21h, dentro de sua residência, localizada na Passarela da Oneide.

Sabrina estava grávida de dois meses

De acordo com o que foi apurado, dois homens encapuzados bateram na porta de sua casa, porém, a vítima não abriu. Eles então invadiram o imóvel e passaram a desferir as facadas na mulher, que estava de toalha, sentada na cama, ao lado do filho, uma criança de apenas 7 anos de idade.

Ela chegou a ser socorrida para o hospital mas morreu no caminho.

A Politec contabilizou 21 facadas no corpo de Sabrina, sendo 15 golpes nas costas e seis no peito.

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