
Um grupo com cerca de 130 voluntários que atua na vacinação contra a Covid-19 nos pontos de drive-thru da capital amapaense reclama de uma nova exigência para que tenha direito a imunização. Segundo o grupo, para ter direito a uma dose da vacina, eles precisam cumprir uma carga horária de 100 horas de atividade.
“As 100 horas equivalem a média de 20 a 25 dias de exposição. Estamos todos os dias de graça, de bom coração, porque queremos ver a população imunizada. Mas também queremos o direito de desenvolver as atividades em segurança. Mesmo como estagiários da saúde, temos que cumprir uma carga horária”, desabafou uma das voluntárias que preferiu não se identificar.
Problema semelhante enfrentam os estagiários de medicina e demais cursos da área da saúde, que, mesmo em período de estágio obrigatório e o envio de lista nominal, ainda não conseguiram ser imunizados. De acordo com um dos diretores do centro acadêmico de medicina da Universidade Federal do Amapá, Celso de Matos, o retorno em formato híbrido levou os acadêmicos a cumprirem estágios obrigatórios em várias UBS’s, hospitais e centros especializados, sendo incluídos no Plano Nacional de Imunização.
“Por conta da exposição, que é igual a de um profissional da saúde, devemos ser vacinados. No entanto, os diálogos com a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela vacinação, não vem fluindo bem. Já estamos no terceiro mês de promessas não cumpridas. O último episódio foi após divulgarmos uma carta aberta denunciando a falta de vacinas quando garantiam que nossa vacinação seria no último dia 19 de junho. Contudo, não tivemos nossa demanda atendida. Inclusive, grupos de trabalhadores da construção civil também tiveram estagiários vacinados, o que nos deixa contentes com a valorização destes, mas indignados com a nossa situação”, desabafou.
De acordo com a subsecretária de Vigilância em Saúde, Nayma Picanço, a obrigatoriedade de carga horária é um mecanismo adotado pela secretaria para que “acadêmicos das áreas da saúde podem se vacinar em dois casos fora do requisito idade, sendo estagiários, onde os preceptores devem encaminhar a relação nominal desse aluno para que ele seja imunizado, ou como voluntários, que nesse caso devem cumprir a carga horária mínima de 100 horas. Esse requisito foi adotado já que era comum pessoas se inscreverem como voluntários e, após conseguir a vacina, abandonavam a atividade”, explicou Picanço.
No caso dos estagiários de medicina, o centro acadêmico diz que dos 360 alunos, 120 ainda não conseguiram se vacinar, mesmo com o envio de lista nominal.
