Morreu por volta das 15h desta quarta-feira (13), na UTI do Hospital de Emergências (HE) de Macapá, a missionária Josimara Oliveira Costa, de 36 anos de idade, que foi atropelada por um trio elétrico durante o evento Marcha para Jesus, ocorrido no último dia 2.
O falecimento de Mara foi anunciado pelo irmão da mesma, o capitão da Polícia Militar (PM), Josiagab Oliveira. De acordo com o oficial, a missionária teve o rim paralisado no início da manhã e, desde então, a equipe médica da Unidade de Tratamento Intensivo, teve dificuldade para reanimá-la.
O acidente
Conforme relatos, Josimara caminhava em frente ao veículo que fazia a sonorização do evento, quando no cruzamento da avenida Padre Júlio com rua Jovino Dinoá, no bairro Central, o mesmo perdeu os freios e atingiu a vítima.
Segundo informações da polícia, o condutor fugiu do local após o acidente.
A missionária estava consciente e foi socorrida por uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Em seguida, com dores nas pernas, quadril e coluna, ela foi levada para o HE.
O fato foi comunicado no CIOSP do Pacoval e o coordenador do evento foi apresentado para esclarecimentos.
Internação
O quadro clínico de Mara piorou durante o fim de semana, e no sábado (9) ela precisou ser intubada por causa de uma infecção pulmonar e convulsões.
De acordo com informações, a missionária se queixou de muitas dores. O local onde foi realizada a cirurgia ortopédica também apresentou vazamento de secreção.
Na tarde de ontem (11), Josimara foi submetida a uma nova cirurgia e retirou parte do glúteo que estava necrosado. A terceira desde que deu entrada no hospital. Anteriormente, ela tinha operado de um trauma complexo na bacia. Outro procedimento foi feito no intestino que havia sido perfurado, e nas partes íntimas.
Três dias após a tragédia, Mara apresentou problemas renais e muita falta de ar, por isso foi imediatamente para a UTI.
Condições precárias
Nossa equipe teve acesso, com exclusividade, a gravação feita no dia do fato, no interior do trio elétrico que atropelou a missionária.
As imagens são impressionantes. Cheio de gambiarra, um dos carros que fazia a sonorização do evento não tinha a mínima condição de estar rodando.
Desde o início, a família disse que busca acionar os responsáveis pelo evento.
Em nota, a organização da Marcha para Jesus, alegou que o trio elétrico havia sido cedido pelo Governo do Estado do Amapá (GEA), por meio da Secretaria de Cultura (Secult), e que estaria dando todo o suporte à vítima. Entretanto, a declaração da Marcha Liberta Amapá (MLA), foi desmentida pelo secretário Cléverson Baia, que garantiu que o apoio dado pelo GEA ao evento foi em pagamento de cachê de alguns artistas, estrutura de palco, som e segurança.
Já a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), através da secretaria de comunicação, informou extra oficialmente que apoiou o evento cedendo o valor do cachê para um dos artistas, através de edital da Fumcult. A organização também solicitou uma equipe da Semsa, que colocou uma tenda para ficar na Praça do Barão.
Em relação a ajuda para a Josimara, a família garante que o único apoio que recebeu do MLA foram em ampolas de dipirona (uma caixa contendo 70 unidades), algumas fraldas geriátricas e um colchão d’água, que não chegou a ser usado.
