De biocarvão a conservantes, empresas amapaenses atraem investidores com soluções sustentáveis no Startup20
Produtos com potencial de agregar economia, tecnologia e sustentabilidade atraíram o interesse de vários investidores nacionais e internacionais que participam do Startup20 no Amapá, encontro inédito que reúne as principais potências econômicas mundiais. Do biocarvão que retira CO² da atmosfera a conservantes extraídos de plantas da região, os empreendimentos encantaram pelo potencial bioeconômico.
Esse é o caso da startup Amazon BioFert, que trabalha com o resíduo do açaí, transformando-o em um condicionador de solo que reduz em até 50% o uso de fertilizantes químicos, diminuindo o custo de produção para o pequeno agricultor, além de diminuir em 40% o uso de água na produção da colheita, entre outras vantagens.
“Além das vantagens econômicas, um quilo do nosso produto, o Fert Açaí, consegue retirar até cinco quilos de CO² da atmosfera. Dentro da nossa esteira de negócios, temos o insumo para o agricultor familiar e a venda de créditos de carbono, através de certificações”, explicou o CEO da empresa, Wesley Resplande.
A startup iniciou tratativas com investidores internacionais que visitaram o Pavilhão da Bioeconomia, onde estão sendo apresentados vários produtos e serviços amapaenses.
“Tivemos aqui a oportunidade de apresentar isso às delegações e conseguimos estabelecer conexões valiosas que poderão ser aprofundadas durante o ano. Somos a primeira fábrica de indústria da Amazônia de Biochar [biocarvão], sendo a segunda do Brasil, essa revolução está começando por aqui pelo Amapá, mas a nossa proposta é regenerar solos do mundo inteiro”, reforça Resplande.
Outro empreendimento com bons resultados dentro das apresentações foi a empresa ANI (Amazon Natural Ingredient), que trabalha com a produção de um conservante natural extraído de plantas da região. A novidade está em processo de patente, mas a apresentação do produto foi recebida com bons olhos pelos investidores.
“Estamos tendo uma experiência muito positiva com as possibilidades de conexões não somente com o setor privado, mas com a gestão pública também. Este é um momento único, somos uma empresa relativamente nova, mas que possui um produto que dialoga com os pilares de sustentabilidade, renda e desenvolvimento governamental. Apresentamos nosso produto e a aceitação do público estrangeiro é muito boa, até porque é um mercado que almejamos e que está preparado para recebê-lo, contudo queremos também desenvolver nossa região, gerar empregos aqui, por isso vemos essa parceria com a gestão como algo positivo, afinal, produzimos para gerar riqueza na Amazônia”, reforça a CEO da ANI, Vaneska Aimee Paranhos.
O Pavilhão da Bioeconomia montado durante o Startup20 no Amapá trouxe oportunidades de negócios inovadores na região Amazônica para 90 empreendimentos locais que tiveram a oportunidade de expor novidades aos visitantes neste domingo, 25. Com a circulação de delegações de 19 países, novas relações de negócios foram estabelecidas entre empreendimentos inovadores da região e público externo.
O evento internacional, inédito no Brasil, reúne autoridades e representantes de vários países para debater alternativas inovadoras para o planeta. A programação contará com painéis, palestras, debates e visitas técnicas até segunda-feira, 26.