Empreendedorismo

Após projeção de crescimento do agro no Brasil, Júnior Favacho defende que o Amapá precisa reagir e desenvolver urgentemente o setor primário

Diante das projeções otimistas de crescimento de 35,9% do Produto Interno Bruto do Agronegócio brasileiro em 2023 divulgadas nesta terça-feira (27) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o deputado estadual Júnior Favacho (MDB), atual presidente da Comissão de Agricultura e Abastecimento (CAB) da Assembleia Legislativa do Estado (Alap) comentou que o Amapá também precisa experimentar o desenvolvimento gerado pelo Agro.

De acordo com a projeção, o PIB brasileiro poderá alcançar R$ 2,65 trilhões neste ano, e o incremento previsto deve ser puxado principalmente pelo setor primário, que inclui agricultura familiar, cujo PIB poderá crescer 5,6%. Mas Cepea e CNA também apontam crescimento no PIB da agroindústria (0,4%) e na área de serviços voltados para o setor (0,6%). O levantamento aponta a colheita recorde de soja na safra de 2022/2023 como um dos principais fatores para o crescimento esperado.

Para Júnior Favacho, esses números refletem uma realidade consolidada nos últimos anos no país, que é a importância inquestionável do agronegócio para a economia brasileira. Na opinião dele, o estado do Amapá é plenamente capaz de pegar carona nesse desempenho positivo e gerar emprego e renda para a população através do setor primário e das agroindústrias. Para isso, no entanto, ele acredita que é necessário o empenho da iniciativa privada e do poder público.

“Nosso estado tem um enorme potencial agrícola e pecuário. Somos beneficiados pelo clima e pela localização geográfica, e podemos nos tornar um grande player do agronegócio no país. Mas para isso precisamos permitir que o homem do campo possa trabalhar com segurança, e precisamos incentivar novos investimentos no setor, inclusive a chegada de agroindústrias. O agronegócio está gerando emprego e renda e mudando a realidade do Brasil, e essa transformação também precisa ser sentida aqui no Amapá”, afirmou o parlamentar.

Júnior Favacho citou ainda dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para corroborar com seu argumento. Ele lembrou que, no primeiro trimestre de 2023, o PIB Brasileiro cresceu 1,9%, resultado que foi impulsionado principalmente pela agropecuária. Nesse período, o setor teve alta de 21,6%, maior alta desde o quarto trimestre de 1996. A safra recorde de soja, o aumento da produção de grãos de milho e a alta no abate de bovinos e de frangos foram os principais fatores que impulsionaram esse crescimento.

Safra no Amapá

E por falar em soja e milho, Júnior Favacho lembrou que esses dois produtos já podem gerar resultados positivos para o Amapá ainda em 2023. De acordo com a estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, o Amapá deve colher uma safra de 42,5 mil toneladas de grãos, número 96,8% maior que o da safra de 2022, que foi de 21,6 toneladas. As 20,9 mil toneladas a mais são de cereais, leguminosas e oleoginosas. As oleoginosas, aliás, devem ser as mais produzidas, com 37,5 mil toneladas.

“Esses números mostram que temos muito a crescer se houver vontade política. Atualmente, o Amapá ainda é um estado que pouco produz, e isso é causado principalmente pelas barreiras enfrentadas diariamente pelos nossos produtores rurais, como a burocracia no licenciamento ambiental de terras, por exemplo. Precisamos encontrar soluções para esses entraves se quisermos ver o agronegócio desenvolver e o Amapá prosperar. Precisamos semear o desenvolvimento agora para colher riqueza no futuro”, concluiu Júnior Favacho.

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