Polícia

Assassina passional do policial penal era humilhada pela amante do marido, revelam áudios de WhatsApp

Vários áudios que passaram a circular em grupos de whatsapp, mostram que a suposta amante e possível pivô do crime que culminou com a morte do policial penal José Eder Ferreira Gonçalves, de 44 anos, humilhava a esposa da vítima e acusada do assassinato, Maria Darcy Farias Moraes, de 42 anos de idade.

Suposta pivô teria enviado áudios a esposa

As gravações revelam uma discussão entre uma servidora da penitenciária, que teria um relacionamento extraconjugal com José Eder, e a acusada do homicídio, Maria Darcy. Entre várias palavras de baixo calão, a esposa do policial é chamada de “velha”, “feia”, “gorda” e “lisa”.

O caso tem dividido a opinião pública. Maria Darcy acabou presa em flagrante na manhã de ontem, 12, depois de matar o marido, o policial penal José Eder, com uma única facada no pescoço. O crime aconteceu no apartamento onde eles moravam, no condomínio Vitória Régia, no bairro São Lázaro na zona norte de Macapá.

Esposa confessou o assassinato

Segundo informações do delegado que preside o Inquérito Policial (IP), Luiz Carlos Gomes Júnior, a motivação para o crime pode estar relacionada com o fato da acusada não ter aceitado a separação, e a descoberta de possíveis amantes de José Eder.

“As informações iniciais que recebemos dava indicativos de que a esposa teria matado o marido. Mas só no local essa informação foi confirmada. Essa mulher foi detida no local e indicou que teria jogado a arma do crime em uma lixeira da casa. Os vizinhos relatam que teriam ouvido a discussão entre o casal e o motivo seria porque ele queria separar dela, queria ir embora. O filho adolescente deles que estava na casa confirma a informação que o pai queria sair e a mãe teria trancado as portas para pedir a saída dele. Nessa discussão ela se arma com a faca e vai na direção dele. O garoto conta que viu o casal frente a frente, a mãe tentando esfaquear o pai e logo em seguida, o pai cai”, detalhou Luiz Carlos.

Ainda segundo relatos, o policial penal estaria afastado de casa há cinco dias. Mas, na noite anterior ao fato foi procurado por Maria Darcy, que pediu ao mesmo que voltasse para casa e desse uma maior assistência a família. “Diante desse pedido ele dorme no apartamento da família e pela manhã eles voltam a discutir.
Em depoimento, ela inverte a história, dizendo que ele que teria impedido a saída dela. Que ela queria sair da casa e, a partir daí, ela confessa que se armou com essa faca na tentativa de se matar. Mas, a vítima teria tentando impedir o ato e na briga, segundo relatos da acusada, ela acaba ferindo o marido”, acrescentou o delegado.

Na oitiva, Maria Darcy revelou ainda que teve várias brigas com o marido e que, em sua maioria, o motivo foi por causa da descoberta de traições. José Eder, segundo a acusada, teria alguns relacionamentos fora do casamento. Ela contou ainda, que o casal vivia em conflito, mas que sempre acabava se reconciliando. E que dessa vez, a motivação da briga teria sido porque a mesma teria descoberto um novo relacionamento do policial com uma colega do trabalho.

Para a autoridade policial, a acusada alegou que sofre de depressão. Há informação que na semana passada a mesma teria tentado tirar a própria vida usando a arma de José Eder, mas que foi impedida por ele. “Há relatos da família de que ele sempre tinha a preocupação de desmontar a arma quando voltava pra casa, para impedir qualquer ação dela. A versão dela é de que ela não teve a intenção de matar e que teria lesionado o mesmo culposamente nessa briga do casal pela posse da faca”, disse o presidente do IP.

A acusada falou também que sofria agressões por parte de José Eder, entretanto, o delegado disse que após consultas, não encontrou nenhum registro de violência doméstica.

“Ela alega que na manhã do fato o casal teria saído junto e dentro do carro ele teria empurrado ela e desferido um soco na região da barriga. Aqui na delegacia ela relatou que já agrediu algumas mulheres que tiveram casos com o marido dela. A informação do filho é que o pai estaria muito tranquilo, querendo apenas sair de casa e que não percebeu nenhuma violência da parte dele. Já a mãe, estaria bastante exaltada e violenta”, disse a autoridade policial.

Durante o depoimento, o filho do casal, que foi a única testemunha ocular, detalhou a dinâmica do crime. O jovem falou que assim que a mãe esfaqueou o pai, ele pulou a janela para pedir socorro aos vizinhos, haja vista que as portas da casa estavam fechadas e a mãe não teria autorizado a saída dele.

“Ele consegue fugir pela janela e pede socorro aos vizinhos. Os vizinhos vão até o local e são impedidos de entrar pela infratora. Depois de uma conversa, ela [Maria Darcy] autoriza a entrada de uma moradora vizinha e essa mulher, ao ver a vítima caída e ferida, pega um pano pra tentar estancar o sangramento. No entanto, essa mulher é impedida pela acusada de socorrer a vítima, que ainda estava com vida e poderia ter sido socorrida. A própria criminosa diz que era pra deixá-lo morrer ali, porque só assim iria aliviar o sofrimento dela. Isso demonstra a intenção dela de consumar o crime”, avaliou Luiz Carlos.

Maria Darcy foi indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil. Várias testemunhas do caso, incluindo os policiais militares que chegaram primeiro ao local, encontraram a arma do crime e efetuaram a prisão da acusada, o filho do casal e os vizinhos, começaram a ser ouvidos.
Ainda hoje, a mulher será submetida a audiência de custódia.

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