Cotidiano

Bolsonaristas batem em advogado que votou em Lula e pegam material de dentro do carro da vítima

Um advogado de 54 anos foi agredido no rosto e no ombro em Macapá, na tarde desta quinta-feira, 9, por volta de 12h20, após sair da sede do 34* BIS e encontrar com bolsonaristas que permanecem fazendo manifestação na praça localizada em frente ao prédio.
Segundo a vítima, o carro dele estava com adesivos do candidato vencedor Luís Inácio Lula da Silva e ao retornar para ir para casa, foi interceptado por vários deles, que o cercaram. “Eu tinha material de campanha dentro do veículo e eles pegaram todos. Subi, tipo uma rampa, até o centro da praça, em que existe uma estrutura com área coberta e fiquei parado na sombra, conversando ao telefone com uma colega advogada.
Foi quando quatro indivíduos vieram em minha direção e formaram tipo uma meia lua e me cercaram. Eu fui agredido com um tapa na nuca que foi muito forte”, disse João Elton Brizola Rippel. Logo depois ele também foi atacado com um pedaço de madeira de uma bandeira, que atingiu-lhe o braço.

O advogado informou que após o fato ligou para o 190 e aguardou ali próximo. Assim que os policiais chegaram, eles fizeram diligências e não encontraram os acusados. “Já estava bem esvaziado o local. Não conseguimos encontrar ninguém, porém eu reconheço dois deles com certeza. Eu guardei a fisionomia deles. Notoriamente isso foi por motivação política. O que me chamou muito a atenção foi que nesse instante eu percebi que o primeiro indivíduo que me atacou foi em direção do carro. Me parece que eles estavam me monitorando desde que cheguei naquele lugar, porque eles associaram o carro a mim”, questionou.
João registrou um boletim de ocorrência na polícia civil que vai apurar o caso. “Vou ser ouvido pela autoridade policial. Já temos a identificação de todos eles inclusive da senhora que jogou o cabo de madeira em mim que machucou o meu ombro. Não podemos tolerar esse tipo de conduta, esses delitos criminosos e covardes. São condutas selvagens e de gente que não é civilizada. Eu fiquei com muito medo e abalado emocionalmente. Condutas como essa trazem uma dor psíquica muito mais que a dor física”, disse.

A vítima disse que a sociedade tem que ficar atenta e alerta. “Precisamos nos cuidar porque queremos continuar tendo o direito de ir e vir livremente, de nos manifestar, seja qual for a manifestação, seja política ou religiosa. Não podemos sofrer ofensas ou ameaças. Eles com certeza divulgaram pelos grupos pois tiraram foto do meu carro”, finalizou.

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