Polícia

PC deve indiciar motorista de trio elétrico que atropelou e matou missionária na Marcha para Jesus

A Delegacia de Trânsito (Deatran) da Polícia Civil (PC) deve indiciar nos próximos dias, o motorista do trio elétrico que atropelou e matou a missionária Josimara Oliveira Costa, de 36 anos de idade, no último dia 2, durante o evento Marcha para Jesus, ocorrido em Macapá.

O homem que não teve a identidade revelada, mas que seria técnico de som, irá responder por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), agravado pelo fato do mesmo não possuir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e omissão de socorro, por ter fugido do local.

“Tão logo tomamos conhecimento desse fato, iniciamos as diligências necessárias. Ouvimos o pastor que coordenou o evento , em seguida, entramos em contato com o proprietário do trio elétrico que fazia a sonorização e, depois, colhemos o depoimento do próprio motorista que estava conduzindo o veículo na hora do acidente. Tentamos ouvir a vítima, através de vídeo conferência, mas não foi possível, haja vista o estado de saúde dela. Inicialmente, estávamos tratando este caso como lesão corporal culposa. Só que agora, passa a ser um homicídio”, explicou a delegada Josimarya Coelho, titular da Deatran e que está presidindo o Inquérito Policial (IP).

Vítima foi atropelada em evento religioso

Em depoimento, o coordenador da Marcha para Jesus, Mauro Oliveira, assegurou que o evento foi realizado através de uma ação conjunta do Governo do Estado, da Prefeitura de Macapá e outros órgãos. Segundo informações, ele voltou a afirmar que o veículo que perdeu os freios e passou por cima da missionária, foi pago pela Secretaria de Cultura (Fecult).

“O proprietário do veículo também confirma essa informação. Ele diz que houve um chamamento para que ele fizesse esse serviço, no entanto, de modo informal, sem nenhum documento legalizado”, detalhou a delegada.

delegada Josimarya Coelho

Sobre o valor da locação, a quantia paga não foi informada, segundo a autoridade policial. No interrogatório, o dono do trio elétrico disse que a, princípio, a pessoa responsável por assumir a direção do veículo seria o seu irmão.

“Esse irmão dele levou o trio até a praça da Bandeira, onde aconteceu a concentração. Mas que, por motivos que ele desconhece, esse irmão se retirou do local e foi embora. E, como estava havendo pressão’ das pessoas, da própria coordenação para que iniciasse o trajeto, foi aí que o técnico de som, se prontificou a dirigir”, revelou Josimarya.

Durante o interrogatório, o técnico de som contou que tudo corria normalmente, até que, no cruzamento da rua Leopoldo Machado com a avenida Padre Júlio, ao fazer a conversão, o carro passou a apresentar problemas.

Trio elétrico estava em péssimas condições

“Nesse momento em que ele [motorista] entra na avenida Padre Júlio, de acordo com o depoimento, o pastor pede para o mesmo parar, pois iria fazer uma pregação. Ele engata então a primeira marcha e percebe que estava sem os freios. Daí, passa a bater na porta, já que o carro não tinha buzina, tentando indicar que estava desgovernado”, explanou a presidente do IP.

Ainda conforme a oitiva, o motorista alega que tentou evitar a tragédia, jogando o trio elétrico para o lado que tinha menos pessoas.

A Polícia Civil aguarda agora o resultado da perícia feita pela Politec no trio elétrico para dar continuidade nas investigações. Ainda hoje (14), outras pessoas que estavam em cima do carro som, devem prestar esclarecimentos.

“Nós vamos apurar em relação a infração criminal e, posteriormente, encaminhar ao Ministério Público. Depois, será encaminhada para o juiz lá, ele dará a penalidade aos responsáveis pelo fato.

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