Pistoleiro e mandante de homicídio são presos em ação da Decipe
Uma ação desencadeada na manhã desta sexta-feira, 22, pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), culminou na prisão de um homem acusado de fazer pistolagem e de um detento que seria o mandante do crime.
De acordo com as investigações da Polícia Civil (PC), que ainda estão em curso, Josué Freitas de Freitas, de 26 anos, seria o autor dos disparos que ceifaram a vida do comerciante Adolfo Silva Souza, 27 anos. Ele foi preso em sua residência, localizada na Travessa 20, do bairro Provedor II, no município de Santana – distante a 17 quilômetros de Macapá.
O assassinato aconteceu no dia 2 de junho. A ordem para matar a vítima teria partido de um detendo, que cumpre pena no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), identificado como Jorge Pablo Rodrigues de Souza, de 26 anos. A motivação, ente outras, pode ter sido desacordo em transações comerciais. É o que acredita o presidente do inquérito, delegado Wellington Ferraz.
“Essa vítima, que era oriunda do estado do Ceará e que era ligada ao ramo de minibox, teria desfeito negócios e tinha um dinheiro para receber. O mandante tinha interesse na morte dele para não pagar o que devia. Se o cara morrer eu não preciso pagar, por exemplo. Mas temos outras possíveis motivações que ainda precisamos averiguar a fundo”, disse.
As investigações apontaram ainda que Josué teria recebido a quantia de R$ 1 mil para assassinar o comerciante. Esse não teria sido o seu primeiro serviço como pistoleiro, como informou a autoridade policial. “Avançamos nas investigações e descobrimos que esse indivíduo foi quem puxou o gatilho, quem realmente matou essa vítima. Inclusive, ele confessou que teria sido contactado por um detento e disse que recebeu mil reais para fazer o serviço. Revelou que topou de cara, mas que ainda tentou negociar para aumentar, porque mil reais era pouco. Contudo, acabou fechando por esse valor. Esse não é o primeiro homicídio que ele responde. O mesmo já é investigado num crime com o mesmo sistema. Onde ele recebeu dinheiro para executar uma pessoa. Ele é o cara que receber para fazer o serviçol”, explicou o delegado.
O corpo de Adolfo foi encontrado em um ramal de difícil acesso na BR-156, a altura do km-25, em uma região conhecida como ramal do Farinha Seca. Ele foi morto com 12 disparos de arma de fogo na região do tórax, costas, além de um tiro no olho. A perícia também identificou marcas de pneus de carro pelo corpo, indicando que haviam passado com o veículo por cima dele.
“A vítima teria sido atraída e levada para o local do abate por dois ‘amigos’. O autor conta que estava em Santana e dois homens o pegaram em um veículo, e o levaram ao encontro do comerciante que já estava com outros dois indíviduos no ramal. Ele esperou um momento de distração do rapaz e atirou. A vítima ainda tentou correr, tanto que tinha disparos nas costas. Aí, ele caiu e, já no chão, recebeu mais tiros. O que nos chamou a atenção, é que uma das pessoas que a gente imagina ser o maior interessado na morte, chegou a dizer pra esse pistoleiro as seguintes palavras: ‘eu quero que você de um tiro no olho dele’. E assim foi feito”, detalhou Ferraz.
Jorge Pablo, que é condenando por homicídio e tentativa de homicídio, foi levado do Iapen até a especializada para prestar depoimento. O delegado adiantou que precisar identificar as outras pessoas que estão envolvidas no crime. “Esse detento nega as acusações. Mas, eu tenho o cara que matou, que confessou ter sido contactado e recebeu o comando dele. Por isso, ele está tomando ciência de um outro mandando de prisão preventiva por essa morte”, disse Ferraz.
Josué e Jorge Pablo, que não quiserem delatar seus comparsas, foram indiciados por homicídio qualificado no modo que paga ou promessa de recompensa, que é pistolagem.