Polícia investiga manipulação de áudio de Clécio Luís com Inteligência Artificial no Amapá
A Polícia Civil do Amapá abriu uma investigação para apurar o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) na adulteração de áudios atribuídos ao ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís, durante uma reunião com militares. O material manipulado, que circulou amplamente nas redes sociais, teria deturpado o teor de suas falas, criando uma falsa narrativa com possível objetivo político.
O caso reflete uma preocupação crescente com o uso de tecnologias de IA para desinformação, especialmente no período eleitoral. Ferramentas como deepfakes têm sido cada vez mais usadas para manipular discursos e imagens, colocando em xeque a credibilidade de figuras públicas.
Especialistas apontam que a ausência de uma legislação específica para regular a aplicação de IA no Brasil dificulta o combate a esses crimes. Atualmente, projetos de lei em tramitação no Congresso visam estabelecer diretrizes para o uso da tecnologia, incluindo a responsabilização de quem utiliza ferramentas para fins ilícitos.
Casos semelhantes já foram registrados em outros estados. Na Paraíba, por exemplo, o áudio de um pré-candidato a prefeito foi alterado por IA para favorecer um adversário, mostrando como essas práticas podem influenciar o processo eleitoral.
Além de investigar os responsáveis pela adulteração no Amapá, autoridades destacam a importância de regulamentações mais claras. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também tem trabalhado em estratégias para coibir a manipulação de informações durante as campanhas, com foco em garantir a integridade democrática.
Este episódio alerta para os desafios que o Brasil enfrentará nas eleições de 2024, com a crescente utilização da IA em estratégias de desinformação. Para especialistas, é essencial que o país equilibre inovação tecnológica e medidas de proteção à democracia.