Reflexão sobre meio ambiente e ancestralidade marca Encontro dos Tambores
Na noite do último dia 15, o segundo dia da 29ª edição do Encontro dos Tambores, realizado na União dos Negros do Amapá (UNA), foi marcado por programações culturais que evidenciaram a riqueza e a profundidade das tradições de Matrizes Africanas. Entre as apresentações, destacou-se a participação do Xwè Acè Sòhùn Adan – Casa de Tradição Jêje Savalú no Amapá, que abordou o tema: “Vodun Agé e sua relação com a natureza/meio ambiente em meio às crises climáticas”.
A apresentação teve como objetivo central levar ao público uma mensagem sobre o Vodun Agé, divindade protetora das folhas litúrgicas, destacando a importância dessas para a humanidade e para a preservação dos saberes ancestrais. O discurso também trouxe reflexões urgentes sobre os impactos das ações humanas no meio ambiente e suas consequências, como os desastres naturais cada vez mais frequentes.
Outro ponto alto foi a abordagem do conceito de Desenvolvimento Sustentável, ressaltando a necessidade do uso consciente dos recursos naturais para garantir a sobrevivência das próximas gerações. A apresentação ganhou ainda mais significado com a participação de crianças, simbolizando a esperança e a importância do cuidado, do cultivo e da conscientização ambiental e humana.
O Encontro dos Tambores, evento tradicional que celebra e preserva as culturas de origem africana no Amapá, mais uma vez se mostrou como um espaço de resistência, valorização da ancestralidade e promoção de diálogos sobre temas globais como as crises climáticas e a sustentabilidade, aliados à força dos saberes ancestrais.