Tiroteio, pânico e um bandido ferido após assalto frustrado na zona norte de Macapá
Criança de 6 anos estava entre as vítimas
Quatro pessoas da mesma família, entre elas uma criança de apenas 6 anos de idade, foram mantidas em cárcere privado por um criminoso no bairro Infraero I – zona norte de Macapá. A tomada de refém aconteceu após um suposto policial à paisana ter frustrado a ação de quatro criminosos.
Segundo informações, por volta das 18h30 desta segunda-feira, 18, os bandidos que invadiram a residência localizada na Rua 1° de Janeiro foram interceptados na saída pelo homem que não foi identificado. Ele conseguiu evitar que o bando levasse o carro com vários objetos dentro e uma das vítimas.
Houve uma intensa troca de tiros e três dos assaltantes conseguiram escapar. Um deles, conhecido depois como sendo um ex-detento do sistema prisional, acabou baleado no braço esquerdo e correu para dentro do imóvel e manteve as vítimas (duas senhoras, um senhor e a criança) sob a mira da arma. Uma mulher também ficou ferida no tiroteio. Ela foi atingida na panturrilha.
A Polícia Militar (PM) foi acionada. Equipes do 2° batalhão foram as primeiras a chegarem ao local e mantiveram o primeiro contato com o bandido. A primeira vítima a ser liberada foi a criança. Em seguida, as negociações foram coordenadas pelos militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
O gerenciamento de crise durou cerca de três horas e foi uma das mais tensas, segundo o tenente coronel Kleber Silva, comandante do Bope. Bastante nervoso, o indivíduo, que foi identificado posteriormente como Richard Picanço Martel, de 19 anos, agiu com extrema violência com as vítimas. Alguns momentos da ação foram transmitidos ao vivo nas redes sociais pelo próprio criminoso.
“Essas transmissões serviram, inclusive, de fonte de informação para a gente, para saber o local exato onde estavam os reféns e o estado de saúde deles. Depois percebemos que esse contato com o mundo externo estava prejudicando o processo de negociação. Então, nós conseguimos trazer a atenção máxima dele para as equipes de negociadores. Abrandamos as exigências, diminuímos o tom de voz dele, fizemos com que se acalmasse e assim resolvesse se entregar e liberar os reféns”, detalhou o comandante do Bope.
Após a rendição, a polícia descobriu que Richard, que já teve passagem pelo crime de roubo, usava um simulacro para ameaçar e intimidar as vítimas. “Durante toda a crise, nós não tivemos contato visual com ele. Então, ficou difícil saber qual o calibre da arma. E, diante de todas as dúvidas e essas circunstâncias, nós aplicamos o protocolo de gerenciamento de crise na íntegra”, explicou Kleber Silva.
O Samu prestou os primeiros atendimentos às vítimas no local. O criminoso foi levado para o Hospital de Emergência (HE) para a retirada da bala alojada no cotovelo. Depois ele foi conduzido para o Ciosp do Pacoval. O carro da família, as joias, estimadas em R$ 25 mil, um celular, no valor de R$ 7 mil, que haviam sido pegos pela quadrilha, foram recuperados e apresentados na delegacia, juntamente com o simulacro que estava de posse de Richard.
