Polícia

Celular de adolescente apreendido por envolvimento em execução, revela que o menor pode ter participado de outros crimes

Um crime ocorrido no dia 19 de abril, na Zona Oeste de Macapá, foi elucidado pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) da Polícia Civil. Gengiscan Coelho Farias, executado a tiros na frente da escola Nilton Balieiro, no bairro Marabaixo 3, pode ter sido morto por vingança. Foi o que concluiu o titular da especializada, delegado Wellington Ferraz.

Diligências da Decipe

O fato que aconteceu por volta das 13h50, começou a ser desvendado a partir de um áudio que circulou nas redes sociais, de um motorista de aplicativo que teria testemunhado o crime. Um adolescente de 17 anos de idade, conhecido como “Formiga”, foi apreendido na manhã desta segunda-feira, 28, no bairro Marabaixo 4, acusado de ter tido participação no homicídio.

Delegado Wellington Ferraz comandou as investigações

“Através disso, oficiamos as empresas e identificamos esse homem. Intimamos e, durante o depoimento, ele informou quem teria solicitado a corrida. Ouvimos também essa pessoa e avançamos nas investigações. De posse das filmagens do circuito de segurança da instituição de ensino e de casas vizinhas, chegamos em tese, às pessoas que teriam participado dessa execução. Esse menor foi quem forneceu a arma. Inclusive, esse revólver calibre 38, municiado, foi encontrado em posse dele. Estava na cintura do mesmo. E, aqui na delegacia, ele confirmou que foi a arma usada para matar a vítima”, detalhou Ferraz.

Arma utilizada no crime

Ainda segundo a autoridade policial, o adolescente tentou atrapalhar as investigações, se negando a informar quem eram as outras pessoas envolvidas no crime. A polícia também descobriu que a ordem para matar Gengiscan teria partido de um detento que cumpre pena no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá Iapen (Iapen), identificado como Daniel Batista de Souza, o “Botinho”.

Ele foi conduzido para a sede da Decipe, através de um mandado de prisão temporária, onde foi interrogado e indiciado. Na cela onde ele reside, no Pavilhão F2, os agentes fizeram uma revista e encontraram vários celulares, chips, substâncias entorpecentes, munições e balança de precisão.

Partiu de Botinho a ordem para matar dentro do Iapen

No decorrer do levantamento, a polícia confirmou que Gengiscan estava sendo investigado na delegacia de Santana por envolvimento em um homicídio. Ele era acusado ainda, de pertencer a uma organização criminosa. A motivação seria o fato da vítima ter tentado contra a vida de integrantes de uma facção rival, três dias antes de ser morto.

Os agentes foram em busca da motocicleta roubada em latrocínio

Outros dois homens acusados de terem sido os executores do crime, tiveram seus mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça e estão sendo procurados pela polícia.

Outros crimes

A investigação do homicídio de Gengiscan, desencadeou para outro crime que, provavelmente, tenha tido a participação do adolescente apreendido. O menor indicou para as equipes, um local, numa região de mata, onde uma motocicleta, oriunda de um latrocínio (roubo seguindo de morte), estava escondida.

Moto oriunda de um roubo seguido de morte

“Checando as informações, nós identificamos que esse veículo foi levado em um roubo com resultado de morte, de um mototaxista, ocorrido no início deste mês, mas precisamente no dia 9, no bairro Marabaixo 2, onde a vítima foi o senhor Marivaldo Barros Lima. Chegamos a conclusão que essa moto seria usada por eles em outros crimes. Porque eles agem a mando de uma organização criminosa. Era uma questão de tempo eles receberem um start e executar. Seja em execuções de rivais ou em roubos. Não tenho dúvidas disso”, garantiu o delegado.

O aparelho celular do adolescente estava com um mandado de busca e apreensão, e foi recolhido para que a polícia pudesse fazer a extração de informações. Wellington Ferraz acredita que no telefone do menor possam haver muitos indícios do envolvimento dele em diversos crimes. Para a polícia, há a possibilidade desse adolescente estar envolvido diretamente no latrocínio do mototaxista. A arma, apreendida nesta manhã, foi encontrada na cintura dele, segundo o delegado.

O adolescente, o revólver, a moto e as drogas que estavam de posse dele, foram apresentadas na Delegacia Especializada em Investigação de Atos Infracionais (Deiai). Outros dois indíviduos, que já tem passagem pela policia, e estavam na residência onde ele foi localizado, foram levados para a sede da Decipe. Depois de ouvidos, eles foram liberados.

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