Compositor amapaense Wendel Uchôa leva Mestre Sacaca à Mangueira em ladrão de marabaixo

O ritmo do marabaixo, símbolo da cultura afro-amapaense, ecoou pelas mãos e talento do compositor Wendel Uchôa e mais 5 compositores amapaenses, Cleane Ramos, Fábio Sacaca, Laura do Marabaixo, Priscila Silva e Joãozinho Gomes. Os seis artistas, foram convidados a comporem um ladrão de marabaixo especial para a Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro.
A homenagem é dedicada à figura lendária de Mestre Sacaca, ícone da cultura popular amazônica e guardião dos saberes da floresta.
A composição traz a alma do marabaixo para o universo do samba, unindo tradição e ancestralidade com o vigor da música popular brasileira. O ladrão será apresentado como parte do projeto da Mangueira para seu próximo enredo.
Mestre Sacaca, conhecido pelo vasto conhecimento em plantas medicinais e pela sabedoria herdada dos mais velhos, é símbolo de resistência, ciência popular e identidade amazônica. A escolha de seu nome como inspiração representa um marco na valorização das culturas do Norte do Brasil nos grandes palcos nacionais.
Para Wendel Uchôa, participar deste momento é mais que um feito artístico, é um ato de afirmação cultural. “O Sacaca divulgou nosso estado positivamente em diversos segmentos, cultural, esportivo, medicinal, como ativista divulgou nosso marabaixo pelo Brasil todo com um grupo da terceira idade. Eu nem era nascido ainda. Ele foi gigante na sua simplicidade”, disse Wendel.
Não sabiam de nada
Wendel informou que ele e outros cinco compositores foram convidados a fazer um ladrão de marabaixo para um momento muito especial, porém nenhum dos compositores sabia do que se tratava. “Foi uma energia incrível. Em menos de duas horas de tempo, estávamos com a música pronta e muito orgulhosos do trabalho. Na primeira vez que foi cantado, todo mundo se arrepiou e ficamos curiosos cogitando em que seria utilizado esse ladrão de mar labaixo e estávamos cogitando que seria algo para a COP30. Sem nada confirmado, perguntávamos e não tínhamos respostas em que seria utilizado. Então, espero levar ao público a emoção que senti no momento em que descobri a finalidade dele. Foi uma surpresa gigante, do tamanho do homenageado”, disse ele.
Wendel já fez samba para escola do Rio de Janeiro
Ele foi o primeiro amapaense a ter samba enredo campeão na escola de samba Porto da Pedra no Rio de Janeiro. Ele foi um dos compositores que compôs o samba “Vermelho Urukum! O Tigre de Guerra! Não se esconda quando eu voltar, eu sou orgulho e paixão, bem mais que um pavilhão, a força que faz esse povo lutar”, que adentrou a apoteose do samba no carnaval 2025 do Rio de Janeiro. “Como compositor, recebi alguns convites e estou tentando me organizar e me planejar para aceitar os desafios que me foram feitos e desde já muito realizado em ter meu nome e dos meus amigos e amigas marabaixeiros e marabaixeiras, sendo divulgado para o mundo no clipe da maior escola de samba do planeta”, finalizou.
