Nos últimos dias, gestões e população de municípios do Amapá foram vítimas de notícias falsas espalhadas entre moradores e até em veículos de comunicação, incentivando para que não se vacinem, o que está inviabilizando a vacinação e afetando a credibilidade de profissionais e gestores. O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amapá (COSEMS/AP), chama atenção para estes casos de denúncias e notícias sem fundamento nem comprovação, que atingem diretamente a população, principalmente idosos, que se opõe à tomar vacina, trazendo riscos para toda sociedade.
O último fato ocorreu na manhã desta quinta-feira, 25, quando uma pessoa ligou para um programa de rádio de grande audiência em todo o estado, afirmando que no município de Serra do Navio, os profissionais de saúde substituem as vacinas por água, que são aplicadas nos moradores. O secretário do município, Ronival Virgolino, considera estes fatos extremamente preocupantes, visto que moradores estão se recusando a tomar a vacina, o que interrompe a cadeia de imunização.
“Estamos vivendo um momento delicado, alto índice de contágio e proliferação, déficit de leitos hospitalares, pessoas sem atendimento, é uma luta diária que travamos desde o início da pandemia para salvar vidas, e ainda temos que nos preocupar com estas mentiras espalhadas por gente ruim, com o intuito de atrapalhar o processo de vacinação. É preciso ter cuidado com as informações, tem que ouvir profissionais e não cientistas de redes sociais, que por falta do que falar, ou até questões políticas, podem contribuir com a perda de vidas”, disse o secretário.
O presidente do COSEMS/AP, Marcel Menezes, pede que os veículos de comunicação e influenciadores digitais não propagem informações sem comprovação e sem ouvir o outro lado, para que os ouvintes e seguidores não sejam vítima de desinformação. E que quando a pessoa for postar algo em redes sociais ou grupos de contato virtual, que se assegurem da veracidade da informação, porque pode acarretar em perda de vidas porque há pessoas acreditam e deixam de se vacinar.
“O Conselho está acompanhando a distribuição, entrega e cumprimento do calendário de vacinação nos municípios, e o empenho dos profissionais é gigantesco, mesmo a maioria, principalmente nos municípios maiores, estarem esgotados físico e psicologicamente. Obvio que não podemos responder por todos, dizer que não há casos que precisam ser investigados, mas pedimos que, se alguém tiver uma denúncia, que comprove, denuncie para os órgãos responsáveis, ou podem ser responsabilizados por espalhar notícias falsas”, afirma o presidente.