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É a época em que fazemos o nosso 13º salário’, conta figurinista sobre as produções da quadra junina no Amapá 

“É a época em que fazemos o nosso 13º salário’, conta figurinista sobre as produções da quadra junina no Amapá

É no mês de junho que o figurinista Ney Brito, de 41 anos, vê o movimento de seu ateliê crescer. O profissional integra um grupo econômico que foi responsável por quase 1% da participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Amapá em 2017, de acordo com o Mapa da Indústria Criativa de 2022.

Em 2023, o Governo do Estado destina R$ 2 milhões para que a quadra junina continue aquecendo a economia local. Agora, o momento é de reerguer o setor, após a pandemia de covid-19. É nessa retomada que pessoas como Ney trabalham. O designer conta com a colaboração de cinco assistentes na confecção das fantasias juninas da quadrilha Estrela do Norte, além de serviços extras que surgem no período.

“Este ano, tenho uma expectativa de movimentar até R$ 15 mil com as quadrilhas, é a época que fazemos o nosso 13º salário. Isso envolve toda uma cadeia produtiva que vai desde o meu trabalho, de criar uma roupa de acordo com o tema proposto, até a compra do tecido e da linha para tirar essa ideia do papel. Hoje consigo produzir para quadrilhas de todo o Estado e até mesmo para as do Afuá, no Pará, ou seja, é um trabalho sério que envolve muitas etapas”, explica Brito.Trabalho em equipe

Lantejoulas, muito brilho e tecidos estão presentes na vida do costureiro Hugo Marinho, de 24 anos, um dos funcionários de Ney Brito. Em 2022, ele trabalhou pela primeira vez com confecção de roupas para festas juninas. Agora, está costurando para a quadrilha onde se apresenta desde os 14 anos de idade.

“Costurar as roupas que eu vou vestir já me faz ver o dia da apresentação, a festa, a música e o prêmio, claro, que espero que nosso grupo ganhe”, conta animado.Além dele, a Francisca de Souza Brito, de 72 anos, mãe de Ney Brito, ajuda no ateliê. Ela é técnica em enfermagem aposentada, mas, por amor ao filho, decidiu entrar em um novo ramo.

“Sempre o vi na correria quando as coisas davam errado, por isso, em 2014, fiz um curso de costura e só contei para ele quando terminei, falei que ia ajudar e hoje estamos aqui, com uma equipe feliz e harmoniosa, prontos para encarar as adversidades e fazer essas roupas cheias de detalhes e lindas que ele desenha”, conta a aposentada.

A costureira Márcia da Silva Santos, que já trabalha com costura há 20 anos, conta que a produção nessa época do ano gera uma renda maior e que isso representa uma valorização do profissional criativo.

“Trabalho com quadrilhas de todos os tipos, das de escolas até as profissionais, é uma renda que faz diferença! É pesado, mas que tem gerado um retorno financeiro que só melhora ano após anos, é uma valorização do nosso trabalho. Esse ano, com organização, estamos com tudo pronto e com a possibilidade de ter um retorno significativo”, conta Márcia.

Arraiá do Povo

O Arraiá do Povo 2023 é a maior quadra junina do Amapá e vai reunir 75 grupos juninos de 24 de junho a 1º de julho. Além do repasse financeiro, o Governo do Amapá vai montar a Cidade Junina, no anfiteatro da Fortaleza de São José, que será um espaço para as apresentações.

A estrutura será composta por palco, arena de apresentações, praça de alimentação, arquibancadas, espaço para exposição de artesanato, barraca do beijo, cadeia, barraca do correio do amor, pau de sebo, entre outras atrações.

Foto: Aog Rocha/GEA

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