Golpe Consolidate: grupo sofre ameaças ao ser apontado como culpados pelo golpe
Fotos: Celiane Freitas
Um grupo de 10 pessoas que vivem em Macapá, contrataram a empresa de advocacia JK Advocacia pois estão sendo ameaçadas por clientes da Consolidate My Shopping, que os estão culpando pelo golpe de pirâmide da suposta empresa.
O grupo se diz vítima também e alega estar recebendo ameaças por outros clientes da empresa, que também foram lesados. Segundo o advogado contratado Janderson Kássio, os responsáveis pelo golpe deram o contato e informações dos primeiros clientes do Amapá.
“Os estelionatários colocaram o endereço e contato de clientes daqui do Amapá como atendentes da empresa, e assim as pessoas que se viram vítimas estão ligando para estes querendo informações e respostas, e também cobrando e alguns ameaçando com promessas de violência a eles e sua família. Por isso estamos preservando a identidade deles”, explica.
De acordo com o advogado, o golpe é muito bem feito, pois a empresa adotava comportamento de empresa legal. “Não se tinha desconfiança, só a partir do momento que a plataforma começou a travar os saques, que se suspeitou de algo. Os clientes tinham um lucro diário, e assim quando um via o outro recebendo, se sentiam confiantes, em certos casos por motivo de doença, a empresa enviou valor para o tratamento. Eles podiam sair em quaisquer momento, retirando tudo que havia conseguindo, mas nessa última semana começaram os bloqueios”, explica o advogado.
Foi feita uma investigação e verificado que a empresa tem o CNPJ registrado em São Paulo, com capital social baixo, de 10 mil reais, em nome de Jefferson da Silva Santos. Segundo Janderson ele tem um mandado de prisão aberto na cidade de Caruaru em Pernambuco, por estelionato e contra o mercado financeiro.
“Solicitamos aos que estão nesse momento, que sofreram danos e estão em busca dos culpados, busquem a delegacia, e informamos que os números dados pela empresa Consolidate My Shopping não são dela e sim de vítimas, que além de terem sido lesadas, estão sendo perturbadas todos os dias com ameaças, insultos e até promessa de violência. Pedimos que não façam isso, pois isto é crime e estamos trabalhando para que os direitos dos nossos clientes não sejam violados e buscando a integridade física e de suas vidas”, destaca o advogado Janderson Kássio.
Os primeiros clientes, o grupo de 10 pessoas, eram considerados sócio júnior e estavam no topo da pirâmide do Amapá, no entanto tiveram perdas também e ainda foram expostos pela empresa. “Nossos clientes nunca receberam valor de nenhum outro cliente, recebiam igual a todos, e também perderam, são pessoas ilibadas, vítimas como os outros, acabaram virando uma espécie de laranja dessa empresa, são pessoas que estão sendo usadas para tirar o foco dos verdadeiros culpados”, informa a advogada Evelim Paes, do Escritório Janderson Kássio Advogados.
Investigação do caso
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos crimes cibernéticos do Amapá, como crime de pirâmide financeira. De acordo com a delegada Áurea Uchôa, a empresa fazia captação de pessoas pra entrar, cerca de 1600 a 2000 vítimas no Estado, pagavam comissões para a pessoa dar clicks em determinados vídeos e fotos, para alavancar outras empresas.
O empreendimento não era uma organização registrada no Amapá, mas realizava captação de novos clientes para a plataforma. Reuniões em nome da Consolidate My Shopping também eram realizadas em restaurantes e residências da cidade.
A DR-CCIBER da Polícia Civil do Amapá já recebeu até agora cerca de 1600 mil boletins de ocorrência de pessoas que alegam ser vítimas do golpe da Consolidate My Shopping.