Órgãos de saúde alertam população sobre a Síndrome de Haff
Doença é caracterizada pelo escurecimento da urina.
Órgãos de vigilância e monitoramento em saúde estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, 10, para tratar de possíveis casos de Síndrome de Haff, uma doença rara, mas com casos registrados nos estados do Amazonas e Pará. Mesmo não havendo evidências de casos no Amapá, os agentes de saúde da capital emitiram um alerta de risco com o objetivo de orientar profissionais de saúde das redes pública e privada com recomendações e orientações para que seja identificado e investigado de forma precoce um caso suspeito.
Apesar de rara, tem-se observado aumento no número de notificações no país. No segundo semestre de 2021, o município de Itacoatiara, no Amazonas, registrou 34 casos da doença de Haff, onde um destes teria evoluído a óbito. As suspeitas são de que o surto ocorreu após ingestão de alguns pescados de água doce, porém, ainda não foi confirmada a possível espécie que ocasionou a doença.
“Nós estamos tomando uma medida preventiva, mesmo sem nenhum caso confirmado. Essa reunião de hoje trata justamente da prevenção, monitoramento e ações educativas para acompanhar o desenvolvimento dessa questão”, disse o superintendente da SVS, Dorinaldo Malafaia. Ele também esclareceu que não há no estado nenhuma restrição para o consumo de peixes. Mas que medidas profiláticas serão adotadas.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde de Macapá, Kleverton Siqueira, o Município fará medidas de orientações nas feiras da capital. “Faremos medidas de orientação sobre as formas adequadas de venda e armazenamento de pescados. Hoje, nossas ações serão voltadas para a prevenção e para tranquilizar a população sobre o consumo de pescado de forma segura”, disse.
Síndrome de Haff ou doença da urina preta
A Síndrome de Haff é rara e foi relatada pela primeira vez na região do Báltico, em 1924, sendo definida como um quadro de rabdomiólise inexplicada em pessoas que consumiram peixes em 24 horas e crustáceos de água doce, tendo como agente etiológico uma toxina não identificada.
O quadro clínico é variável, a presença de mioglobinúria (urina preta) é marcante na rabdomiólise, sendo que o mecanismo exato na lesão renal aguda é ainda incerto (vasoconstricção, isquemia e obstrução tubular, entre outros). Dores de cabeça e fraqueza muscular também são queixas comuns.
Órgãos de saúde alertam para que em possíveis sinais deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo.