“Quero começar de novo”, diz assistido que fez Enem após atuação da DPE-AP
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O homem, de 26 anos, cumpre regime semiaberto e pretende fazer curso técnico.
A educação tem um papel decisivo no futuro e no presente de qualquer pessoa, e é por meio do conhecimento que um homem privado de liberdade quer dar um novo sentido a sua vida. Foi com a atuação da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) que o assistido, de 26 anos, conseguiu uma autorização do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) para fazer o Enem 2022.
“É por uma questão de melhoria de vida”, relatou o apenado. Segundo ele, a maior motivação para tentar um ensino superior é “dar uma caminhada digna” para o filho de apenas 1 ano e 8 meses.
“Eu decidi buscar o Enem porque desejo me formar um dia. Não sei se vai ser no próximo ano, mas eu pretendo fazer um curso técnico de pelo menos dois anos e meio para conseguir ingressar no mercado de trabalho”, deseja o homem.
Atualmente cumprindo regime semiaberto, o assistido sai para trabalhar e volta no fim do dia para a penitenciária. Mesmo assim, inicialmente não teve permissão para fazer a prova nos dois finais de semanas. Ele buscou a Defensoria Pública dentro do próprio IAPEN, onde há um posto de atendimento.
Segundo a defensora pública Mariana Leal, o impasse foi resolvido de forma administrativa.
“O assistido já possui autorização para sair e realizar trabalho externo. Após tratativas com o IAPEN, conseguimos autorização para que ele comparecesse nos dois dias de prova”, explicou a defensora pública.
Conforme explicado por Mariana, o ideal é que todos os apenados tenham a oportunidade de participar do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), aplicada diretamente nas unidades prisionais.
Neste caso, o assistido não participou do Enem PLL, que será aplicado em janeiro de 2023, porque se inscreveu no exame antes de ser preso.
“Nós vamos atuar coletivamente pra sempre monitorar e garantir que todos os interessados tenham acesso à prova dentro do sistema prisional”, garantiu Mariana.
Agora, com a prova realizada, o homem espera conseguir ingressar no curso técnico de Comércio Exterior. “Eu estava fazendo umas revisões de um tempinho para cá quando comecei a sair, não foi 100% por causa da falta de tempo. Mas, pelo menos, o conhecimento eu busquei. Quero começar de novo”, finalizou.