Nesta terça-feira, 19, a Rodovia Duca Serra, no trecho próximo ao Cabralzinho, foi interditada mais uma vez por manifestantes da comunidade quilombola Lagoa dos Índios, em manifestação pacífica por melhores condições de infraestrutura e asfaltamento na via de acesso. Uma paralisação semelhante foi realizada na semana passada, gerando engarrafamento e intervenção pacífica da polícia, mas nenhum posicionamento ou resposta foi repassada à comunidade por autoridades públicas responsáveis.
Desta vez, a manifestação paralisou o tráfego de veículos em intervalos de dez minutos, com microfone e som para discursar sobre suas reivindicações. A polícia estava presente fazendo o controle da interdição na rodovia e garantindo a segurança dos manifestantes e motoristas.
“Mais de vinte anos nessa situação, pedindo uma viatura, quando a gente liga ela não entra, liga para uma ambulância e ela não entra, ônibus não entra, não entra nada. Nós estamos esquecidos dentro da comunidade Lagoa dos Índios”, diz Daniel Padilha, presidente da Associação Quilombola Lagoa dos Índios.
Segundo ele, a falta de asfaltamento na via de acesso, principal motivo da manifestação, impede o atendimento de serviços básicos como ambulâncias e viaturas de polícia, entre outros problemas na comunidade como a falta de iluminação e abandono do posto de saúde local. “Há muito tempo a gente espera, e é só promessa, só promessa, e nada é feito”, testemunha Darlene do Nascimento, uma das manifestantes que mora na comunidade.
Em nota a Secretaria de Estado de Transporte (Setrap) informou que o projeto para a pavimentação do ramal do Goiabal, na zona oeste de Macapá, está em análise pelo programa Calha Norte, e somente após aprovação, a obra poderá ser licitada. A proposta prevê o asfaltamento de 2,4 quilômetros, através de emenda federal do senador Lucas Barreto, no valor de R$2 milhões.
Mais manifestações semelhantes serão realizadas, ainda sem datas definidas, caso o poder público não responda à comunidade e suas reivindicações.
