“Ter meu nome é muita coisa”, diz mulher que iniciou retificação de nome e gênero na Carreta da Defensoria
Realizado na Praça do Barão, mutirão deste sábado, 27, atendeu 56 pessoas
“O que há num nome?” essa é a pergunta de Julieta na clássica obra de William Shakespeare, Romeu e Julieta. 4 séculos depois, Merlin da Silva, de 20 anos, responde: “É muita coisa”. Mulher trans, ela iniciou a retificação de nome e gênero no mutirão de atendimentos que aconteceu este sábado, 27, na Carreta da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP).
Merlin conta que decidiu mudar seu nome por ser uma mulher trans e ter todos os seus documentos, ainda, com o nome morto, que já não a representa. Ela não se identifica com a documentação que tem e buscou a Defensoria Pública para mudar a sua vida.
“De início, eu estava muito nervosa porque é uma etapa muito importante pra mim. Ter o meu nome é muita coisa. Chamei um amigo pra vir me apoiar e deu tudo certo, foi muito bom mesmo”, disse a assistida.
Segundo a defensora pública que atendeu o caso, Zelia Moraes, foi dada a entrada em uma ação de retificação de nome e de gênero no Registro Civil de Merlin, para que ela tenha a sua cidadania reconhecida.
“A Merlin é uma mulher que já utiliza esse seu nome socialmente e se identifica com o gênero feminino, no entanto, seus documentos não condizem com a realidade. Então, precisamos intervir para que os documentos dela estejam de acordo com a realidade que ela vive”, finaliza Zelia.
O mutirão da Carreta de Atendimentos foi realizado na Praça do Barão, no centro de Macapá, e atendeu 56 pessoas. As principais demandas foram para a área Cível.