Saúde

Unidade de internação dá atenção especial para indígenas

Unidade presta atendimento humanizado com respeito à cultura e costumes desses povos. Pacientes recebem visita até de tradutores da língua originária de cada etnia.

A equipe multidisciplinar da Unidade Estadual de Internação de Macapá (UEI) se especializou em atender pacientes de diversas etnias indígenas e presta uma atenção humanizada para garantir uma plena recuperação.

“Nossa unidade recebe com frequência pacientes oriundos de diversas partes da Região Amazônica e há uma atenção diferenciada das equipes para garantir o melhor conforto para esses indivíduos”, explica a diretora-geral, Mara Helena Jardim.

Por estarem longe de suas aldeias e afastados de sua cultura e zona de proteção, muitos pacientes se mostram preocupados e desconfortáveis em um ambiente hospitalar.

A primeira atenção é prestada pelo pessoal da equipe psicossocial que tenta garantir acolhimento e tranquilidade aos pacientes.

Um exemplo desse atendimento foi vivenciado pelo pai de uma adolescente da etnia Wayana Aparai, de 12 anos, internada desde o dia 12 desse mês após ser picada por uma cobra jararaca na aldeia Morei, onde vivem. A região habitada pelos Wayana fica no extremo norte do Estado do Pará, de difícil acesso e o ponto mais próximo para atendimento médico é Macapá, no Parque Nacional do Tumucumaque.

Kapaxi Aparai, o pai da adolescente Pepuritho Wayna Aparai, é professor da língua originária deles na aldeia e conta que a filha foi picada pela cobra que nesse período de cheias é comum. O atendimento à filha é elogiado pelo pai que agradeceu aos assistentes a comida e a atenção especial que dedicam à jovem paciente.

A Unidade Estadual de Internação facilita o acesso a outros serviços especiais para melhor integração dos pacientes. Um desses é a presença constante de intérpretes das línguas originárias para prestar essa atenção aos pacientes indígenas.

Pacientes recebem visita até de tradutores da língua originária de cada etnia.

Araimare Waiãpi Wayana é servidor da Coordenação Estadual de Saúde Indígena (Coesi) e originário da cultura Wayana. Ele esteve na manhã dessa segunda-feira visitando o professor Kapaxi e a filha Pepuritho para lhes prestar assistência necessária. Traduzindo para a paciente e seu pai ele explicou a eles e retransmitiu à coordenadora de enfermagem as medidas necessárias para o pronto restabelecimento da paciente.

“Esse trabalho de tradutor é muito importante para esclarecer para os pacientes qual é o estado deles, o que é preciso fazer com base no que ouvimos dos profissionais de saúde. E também repassar para médicos e enfermeiros os pedidos e o que os pacientes relatam. É repassar para os pacientes na sua língua original todas as informações”.

Regiane dos Santos Nascimento é coordenadora de enfermagem da UEI e explica as propostas para maior atendimento humanizado. “Nossa preocupação é fazer com que os pacientes recebam uma atenção sempre de excelência no quesito de saúde e que se sintam acolhidos e protegidos”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo