O Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Amapá se manifestou, por meio de carta aberta, divulgada amplamente nas redes sociais, solicitando ao Estado e Município a vacinação contra a Covid-19 para os acadêmicos que já retornaram às atividades práticas curriculares e estágios obrigatórios.
De acordo com a entidade, o Programa Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 prevê a inclusão desses alunos dentre as prioridades, devido à evidente exposição que é semelhante à de outros profissionais da saúde. No entanto, essa determinação ainda não foi cumprida.
“Os dois últimos anos do curso são compostos pelo que chamamos de internato, quando se cumpre uma carga horária prática muito maior que a carga horária das matérias teóricas. Na Unifap, os alunos são inseridos desde o 1º ano da graduação, por meio de estágios obrigatórios”, diz trecho da carta.
Lourena Gouveia, coordenadora geral do centro acadêmico de medicina, relata que 125 discentes estão nessa situação, inseridos dentro das rotinas hospitalares e expostos à contaminação. “Ficamos muito vulneráveis e expostos. A nova variante tem causado um agravamento maior em jovens, verificando uma mudança epidemiológica. E isso tem sido motivo de muita preocupação. Além disso, há discentes que moram com seus familiares, que são grupos de risco, o que intensifica a preocupação e os cuidados necessários”, relatou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que “desde o início da campanha de vacinação vem promovendo a imunização dos estudantes de medicina e os primeiros que iniciaram seu esquema vacinal foram aqueles que atuavam na linha de frente de combate ao Coronavírus. Quanto aos estudantes que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e demais equipamentos, a vacinação deles será realizada juntamente com a imunização dos profissionais de Saúde, que iniciará neste sábado, 19. Essa ação será feita por meio de uma lista nominal elaborada pela secretaria, com base em ofícios e demais documentos encaminhados ao órgão”.
Desde maio de 2021, os alunos retomaram as aulas práticas e estágios, que são obrigatórios para o fechamento dos semestres. “Desde o início estamos em tratativas com as autoridades competentes, buscando frisar que a vacinação é um direito, respaldado no PNI. Não houve exigências, mas sim uma busca, respeitando os grupos prioritários, pela inclusão dos discentes no Plano Municipal de Imunização. Além disso, já há outras universidades federais, que, por entenderem ser de direito, vacinaram todos os discentes em estágios”, finalizou Gouveia.
