Após quatro meses de investigação, a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) elucidou um crime ocorrido na cidade de Macapá e que vitimou um homem de 54 anos de idade. Manoel Dias Leal, segundo o laudo necroscópico da Politec, foi assassinado com mais 40 facadas na região do tórax e cabeça, além de várias lesões de defesa. O crime aconteceu no dia 21 de junho, na residência da vítima, localizada no bairro Zerão – zona sul da cidade.
A principal acusada do homicídio, Lilian Fernandes Araújo, de 41 anos, que estava com o mandado de prisão temporária em aberto, se apresentou no último sábado, 30, na DP do município de Santana – a 17 quilômetros da capital amapaense. Em seguida, ela foi conduzida para a sede da Decipe, onde o Inquérito Policial (IP) foi instaurado.
Em depoimento ao delegado César Ávila, Lilian confessou ser a autora do crime e justificou o ato, alegando que sofria agressão por parte de Manoel, com quem tinha uma espécie de relacionamento. A vítima era deficiente físico. A acusada garantiu à autoridade policial que, mesmo morando em casas separadas, ela em Santana e ele em Macapá, os dois viveram juntos por 19 anos.
“Após identificarmos a autora do crime, representei pela sua prisão preventiva e pela busca e apreensão domiciliar. Fizemos várias incursões na tentativa de prendê-la, porém, ela estava foragida. No último sábado, a acusada se apresentou na 1ª Delegacia de Polícia de Santana, momento em que foi dado cumprimento ao mandado de prisão”, disse Ávila.
Lilian revelou que na noite do crime, na tentativa de manter relação sexual, os dois se desentenderam e ela acabou esfaqueando a vítima. A mulher alegou que Manoel disse que não daria dinheiro a mesma e, em seguida, lhe deu um chute. A suposta agressão fez com Lilian se armasse e desferisse um golpe de faca na região do pescoço dele. Após isso, a vítima teria tentado estrangular a acusada com um golpe conhecido como ‘mata leão’. Ao conseguir se livrar, para salvar a sua vida, ela então esfaqueou Manoel mais de 40 vezes.
Para a autoridade policial, as alegações da autora, de que reagiu após ser chutada e estrangulada pela vítima, são questionáveis. Uma vez que a vítima tinha atrofia em um dos braços e não possuía uma das pernas. O inquérito policial concluído será encaminhado ao Ministério Público (MP) para o oferecimento da denúncia.
