Acusado de matar jovem durante tentativa de roubo se entrega a polícia e diz que não queria atirar
Antônio Carlos da Silva Rodrigues, de 20 anos de idade, se entregou no fim da manhã de hoje (24) ao delegado Vladson Nascimento, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), e confessou ser o autor da tentativa de latrocínio (roubo com resultado morte), do jovem Nicollas Matheus Pereira Almeida, de 27 anos, assassinado com um tiro na face na madrugada do último sábado (21), no cruzamento da Avenida Cora de Carvalho com a Rua Eliezer Levy, região Central de Macapá.
A Juíza Gelcinete da Rocha Lopes havia expedido o mandado de prisão preventiva contra o criminoso, mas na companhia de um advogado, Antônio Carlos decidiu se apresentar e foi preso.
Ele confirmou ser o autor do disparo que matou o advogado, porém, garantiu que não tinha a intenção de efetuar o tiro. Na versão do bandido, a arma acabou disparando sozinha durante a luta corporal, após Nicollas e a noiva reagirem ao assalto. O criminoso alegou ainda que só tomou ciência da morte do advogado, horas depois, pelos grupos de whatsapp.
Durante o depoimento, Antônio Carlos preferiu não revelar a identidade dos comparsas. Para o delegado, o motivo é por ele temer sofrer punição dentro da cadeia, por parte da organização criminosa a qual pertence.
À nossa equipe, o latrocída chorou e disse que estava arrependido. Agora ele deve cumprir a determinação da Justiça no Iapen, até uma segunda ordem.
De acordo com informações, Antônio Carlos é conhecido pela prática de assalto a mão armada e já tem passagem pela penitenciária.
A Polícia Civil montou uma força tarefa para elucidar os dois casos de latrocínio ocorridos em pouco mais de 24 horas no centro da cidade. As investigações contam com outras frentes da segurança pública, como o Gaeco do Ministério Público (MP), a Polícia Militar (PM) e a Polícia Federal (PF). Segundo Nascimento, as investigações estão avançadas e todo os criminosos foram identificados.
“Assim que tomamos conhecimento desses crimes, nos mobilizamos, montamos um cerco e identificamos os envolvidos. Não foi muito difícil porque esses criminosos são conhecidos nossos e são citados em vários inquéritos. Inclusive, eles aparecem em filmagens de estabelecimentos comerciais praticando crimes. Já estivemos em alguns endereços, mas não os encontramos. Esse preso, conseguiu fugir da nossa diligência e depois procurou um agente nosso dizendo que queria se entregar. Foi autuado em flagrante e será responsabilizado por associação criminosa e latrocínio”, explicou o delegado, acrescentando que o acusado só se apresentou com o intuito de conseguir uma futura redução de pena e pra preservar sua integridade física, uma vez que o caso teve grande repercussão e comoção social.
A polícia continua nas ruas afim de prender os outros acusados e encontrar a arma utilizada no crime.
Relembrando os crimes
Nicollas Matheus, foi atacado por volta de 0h45. Ele foi abordado por Antônio Carlos e um comparsa, quando caminhava com a noiva. O advogado reagiu a ação e acabou baleado com um tiro a queima roupa no rosto e morreu na hora. A bala transfixou o crânio.
Em seguida, Antônio Carlos e o comparsa, que receberam apoio de um carro, fugiram sem levar nada.Um dia antes, o recepcionista da maternidade Mãe Luzia, também foi assassinado ao reagir a um roubo. Joel Barros Idalino, de 51 anos, saiu do trabalho por volta das 20h e caminhava pela rua Odilardo Silva, no bairro Jesus de Nazaré, quando foi surpreendido por dois homens em uma moto. Ao se negar a entregar seu pertences, ele foi alvejado fatalmente no peito. Até agora, os acusados não foram presos.
